Pensamentos sobre "Hourou Musuko"
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Pensamentos sobre "Hourou Musuko"
Ola! Hoje vou falar sobre o anime "Hourou Musuko", como parte do meu Desafio de 10 Anos. Eu deveria ter assistido e falado a respeito entre 4 e 11 de maio, mas como sempre, estou atrasado.
Hourou Musuko é um anime serializado de 2011, adaptado de um manga homônimo. Pelo que entendi, o anime adapta especificamente (em 11 episódios!) os volumes 5 a 10 do manga. É sobre uma menina trans no ensino médio tentando aprender a lidar com seus amigos, colegas de classe e seus conflitos sobre sua apresentação feminina.
Vejam só, um anime se concentra diretamente num tema social delicado e o discute diretamente, sem metáforas, sem simbologias. Acreditam nisso? A mídia como um todo parece ter medo de ser politica sem esconder tal politica por trás de camadas de subtexto... Isso até acaba permitindo algumas obras primas, que são tanto estórias fascinantes por si só como manifestos cheios de opinião, mas discussões mais diretas e representativas fazem falta.
Hourou Musuko conta com diversos tipos de conflitos em relação a gênero, não apenas da parte da protagonista, mas também de diversos outros personagens ao seu redor que também são trans ou de alguma outra forma desafiam a heteronormatividade. Mas falta profundidade... e complexidade, e tempo, e arte.
A principio eu esperava que esse anime me daria muito o que dizer, mas não foi a realidade. Ele corta partes cruciais do manga que se passam antes e depois da parte adaptada, e em seus 11 episódios acaba sendo tão condensado ao ponto de que a narrativa chega a ser bastante difícil de acompanhar em certos pontos. Não ajuda que o orçamento foi claramente minusculo e consequentemente a arte e a animação são excessivamente básicos (apesar do estilo simpático), gerando por vezes sérias dificuldades em diferenciar os personagens (que são muitos e apresentados como se você já devesse saber imediatamente quem cada um é) entre si.
Em meio a essa confusão toda, esta não uma estória complexa, intrigante ou emocionante sobre os intensos conflitos de um elenco diversos de personagens, mas uma narrativa monótona com 3 ou 4 personagens centrais superficialmente apáticos (inclusive a protagonista), uma maioria do elenco que parece apenas minimamente interessada nos eventos ao seu redor, e 2 ou 3 personagens com uma personalidade um pouco mais "viva". Não acho que nenhum dos personagens seria um problema por si só, mas o elenco como um todo e a trama simples acabam... entediantes.
Fiquei com alguma vontade de ler o manga para verificar se essa mesma fraqueza existe no mesmo, mas não sei se tenho essa vontade toda. Hourou Musuko foi uma decepção pra mim, e ainda espero o momento em que encontrarei debates sobre gênero mais interessantes na industria de mangas e animes do que encontrei em meia duzia de frases em Hunter X Hunter... Não que eu faça questão de sair procurando por esses temas nessas mídias, imagino que encontraria facilmente se o fizesse. Esses debates me fascinam por sua complexidade, e por eu mesmo me identificar com vários conflitos relacionados e algumas das incertezas tipicas que muitas pessoas na comunidade Queer tem sobre identidade de gênero, mas não é necessariamente um tema central que eu busco na ficção que gosto.
Fica por aqui então. Um texto tão condensado e confuso quanto o próprio anime sobre o qual é escrito. Divertido, não?
Aqui esta um trailer, e abaixo a abertura:
Hourou Musuko é um anime serializado de 2011, adaptado de um manga homônimo. Pelo que entendi, o anime adapta especificamente (em 11 episódios!) os volumes 5 a 10 do manga. É sobre uma menina trans no ensino médio tentando aprender a lidar com seus amigos, colegas de classe e seus conflitos sobre sua apresentação feminina.
Vejam só, um anime se concentra diretamente num tema social delicado e o discute diretamente, sem metáforas, sem simbologias. Acreditam nisso? A mídia como um todo parece ter medo de ser politica sem esconder tal politica por trás de camadas de subtexto... Isso até acaba permitindo algumas obras primas, que são tanto estórias fascinantes por si só como manifestos cheios de opinião, mas discussões mais diretas e representativas fazem falta.
Hourou Musuko conta com diversos tipos de conflitos em relação a gênero, não apenas da parte da protagonista, mas também de diversos outros personagens ao seu redor que também são trans ou de alguma outra forma desafiam a heteronormatividade. Mas falta profundidade... e complexidade, e tempo, e arte.
A principio eu esperava que esse anime me daria muito o que dizer, mas não foi a realidade. Ele corta partes cruciais do manga que se passam antes e depois da parte adaptada, e em seus 11 episódios acaba sendo tão condensado ao ponto de que a narrativa chega a ser bastante difícil de acompanhar em certos pontos. Não ajuda que o orçamento foi claramente minusculo e consequentemente a arte e a animação são excessivamente básicos (apesar do estilo simpático), gerando por vezes sérias dificuldades em diferenciar os personagens (que são muitos e apresentados como se você já devesse saber imediatamente quem cada um é) entre si.
Em meio a essa confusão toda, esta não uma estória complexa, intrigante ou emocionante sobre os intensos conflitos de um elenco diversos de personagens, mas uma narrativa monótona com 3 ou 4 personagens centrais superficialmente apáticos (inclusive a protagonista), uma maioria do elenco que parece apenas minimamente interessada nos eventos ao seu redor, e 2 ou 3 personagens com uma personalidade um pouco mais "viva". Não acho que nenhum dos personagens seria um problema por si só, mas o elenco como um todo e a trama simples acabam... entediantes.
Fiquei com alguma vontade de ler o manga para verificar se essa mesma fraqueza existe no mesmo, mas não sei se tenho essa vontade toda. Hourou Musuko foi uma decepção pra mim, e ainda espero o momento em que encontrarei debates sobre gênero mais interessantes na industria de mangas e animes do que encontrei em meia duzia de frases em Hunter X Hunter... Não que eu faça questão de sair procurando por esses temas nessas mídias, imagino que encontraria facilmente se o fizesse. Esses debates me fascinam por sua complexidade, e por eu mesmo me identificar com vários conflitos relacionados e algumas das incertezas tipicas que muitas pessoas na comunidade Queer tem sobre identidade de gênero, mas não é necessariamente um tema central que eu busco na ficção que gosto.
Fica por aqui então. Um texto tão condensado e confuso quanto o próprio anime sobre o qual é escrito. Divertido, não?
Aqui esta um trailer, e abaixo a abertura:
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