Sete curtas de animação pra assistir nessa semana (16)

Oi! Trazendo aqui os curtas da semana. Vários curtas artisticamente diferentes e elegantes, alem de alguns engraçados tambem, ahaha! O meu preferido dessa vez foi Here and the Great Elsewhere, um curta muito abstrato e metafórico que é em partes iguais intrigante e cativante.

Índice com as semanas anteriores.


Der Da Vinci Timecode(2009)


Uma animação feita inteiramente com partes de um quadro de Da Vinci(A Última Ceia) colocadas em sucessão rápida, criando um certo movimento e história.
A ideia é bem interessante, mas honestamente, o movimento rápido dos quadros do vídeo deixam esse curta bem desconfortável de assistir pra mim. Algumas cenas realmente lembram animações stop-motion, mas a maior parte do curta parece retratar um caos usando... Quadros bem diferentes em sequencia rápida, o que é meio nauseante.
Assista ao curta aqui.


Quest(1996)


Mostra uma criatura de areia passando por vários mundos estéreis surrealistas em busca de água. É um pouco longo, mas gostei bastante desse curta. A animação é muito bem-feita, e a combinação dos visuais com o áudio dá uma impressão bem inquietante, misteriosa.  O mundo das máquinas, em especial, parece alguma coisa que veria em um filme de terror tecnológico antigo ou um clipe de trip-hop dos anos 90, ahaha.
Assista ao curta aqui.


Small talk(1994)


Uns contos de um velho inglês sobre coisas inacreditáveis que aconteceram no caminho do bar para se encontrar com seu amigo. Eu achei várias partes desse aqui bem difíceis de entender, hehe. Com o sotaque inglês, mais as vozes exageradas do narrador, acabou tendo várias partes que não entendi nada do que estavam falando.
Assista ao curta aqui.


Adam(1992)


Um curta mostrando um homem preso num planetoide minúsculo após ter sido criado por um criador, do qual só é mostrado a mão. Esse aqui foi dirigido pelo mesmo diretor do Wat's Pig, da 2a semana. Dá pra perceber o estilo parecido, mesmo.
Assista ao curta aqui.


Guard Dog(2004)


Esse curta mostra um cachorro e seu dono passeando pelo parque, com toda vez que aparece alguma pessoa ou animal passando perto, o cachorro tendo uma fantasia daquele animal atacando o seu dono de jeitos bizarros e violentos. Esse aqui acaba sendo bem engraçado, embora um tiquinho repetitivo. Os planos diabólicos dos passarinhos, insetos e plantas pra matar o dono do cachorro ficam mais e mais mirabolantes conforme o curta passa.
Aliás, esse é outro curta de um diretor que já teve um de seus curtas aparecendo aqui na lista. O Your Face, da 8a semana.
Assista ao curta aqui.


The Ballad of Holland Island (2015)


Conta a história de uma casa desde sua construção, até sua ruína. Esse aqui é muito bonito, usando um estilo artístico que parece um quadro sendo pintado aos poucos, evoluindo. Gostei da música tambem, no estilo de canção de marinheiros.
É baseado numa história real, aliás, de uma casa que foi a última sobrevivente de uma ilha sendo submergida aos poucos na baía de Chesapeake, nos EUA.
Assista ao curta aqui.


Here and the Great Elsewhere(2012)


Hmm! Um pouco difícil falar sobre esse curta, ahaha! Bem mais metafórico e filosófico que os outros, esse aqui é tanto uma exploração artística/estética/filosófica de conceitos universais de existência e... Propósito, quem sabe? Quanto tambem uma carta de amor ao instrumento utilizado para fazer a animação do curta, a pinscreen(não sei se existe tradução pra isso, algo como tela de agulhas). Parece que é uma tela composta de várias agulhas que podem ser pressionadas em diferentes níveis, e iluminadas pelo lado, causando efeitos visuais com sombras. É definitivamente muito único e eu pessoalmente achei lindo.

Sobre o conteúdo... Eu vou dizer minha interpretação superficial do curta pelo que consegui entender,e o que pesquisei um pouquinho de críticas de outras pessoas. O filme é dividido em 4 partes(mais um pequeno prólogo). No início, o homem está em sua sala isolada e estável, até que se abre uma porta para a escuridão do lado de fora, e o homem vai olhar o que tem do outro lado.
1 - O todo e suas partes: O homem se depara com várias partículas pequenas na escuridão, e ao iluminá-las com a lanterna, enxerga várias forças caóticas e agitadas. Parece ter despertado alguma curiosidade no homem, que começa a pensar.
2 - Retratos de ancestrais: Parece ser uma metáfora da origem da vida, ou de alguma noção de partícula primordial gerando inúmeros objetos e seres distintos. No final, é mostrado o homem novamente, colocando a mão no próprio peito, como se estivesse se percebendo como parte desse sistema.
3 - O pequeno aqui e agora: De volta na sua sala, o homem observa os objetos que tem dentro dela, feitos por humanos. Do mesmo jeito que a parte anterior mostrava o homem como parte de um sistema biológico, essa parte mostra o homem como parte de um sistema social. A parte dos quadros mostra o homem como parte da história humana, da eterna transição de papeis trazida pela efemeridade da experiência humana. (Aquela cena com o rosto chegando cada vez mais perto até ficar com dois olhos na tela por um período desconfortavelmente longo de tempo é excelente, aliás)
4 - O retorno do nada: De repente, chega um bicho esquisito na sala e começa a destruir(separando em partículas) tudo que tem dentro(começando pelo relógio, ahaha). Depois que tudo retorna ao nada, o homem se separa nas mesmas partículas que tinha visto na escuridão no começo do curta. No fim, o homem é mostrado ainda na porta da sala, como se tudo divesse sido um exercício mental, ou uma epifania de algum tipo.

Acho que é mais interessante ver o curta não como uma narrativa, mas sim como uma exploração de ideias relacionadas a sistemas e partículas despertadas pelo próprio instrumento no qual o curta foi feito. E com uma mensagem vaga de que tudo é composto de partículas, tudo está conectado.
Assista ao curta aqui.