O Jardim de infância circular circular de Tezuka Takaharu
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O Jardim de infância circular circular de Tezuka Takaharu
Eu vi essa TED Talk uns anos atrás. Mas havia perdido-a, e só hoje encontrei novamente. Por favor assistam, é menos de 10 minutos.
Clique aqui para assistir.
Conceito interessante, não?
É ótimo ver quebrado o modelo tradicional de edifício educativo. Sempre odiei o ambiente escolar: tudo quadrado, professores parados na frente de filas de alunos em suas mesas, num formato similar ao de um pelotão militar, luzes fluorescentes a cada 5 segundos...
Então esse modelo do vídeo é um alívio. Queria achar mais informações escolas igualmente inovadoras
No entanto... A palestra foca especificamente num jardim de infância. Talvez os conceitos demonstrados sejam ainda úteis para crianças alguns anos mais velhas, mas em algum momento se torna insuficiente e inadequado. E apesar de eu adorar educação e gostar bastante de arquitetura, eu não consigo ter ideias de que elementos arquitetônicos tornariam uma escola melhor para crianças mais velhas, estudantes de colegial, universitários, etc.
E isso que quero de vocês. Não que eu esteja planejando construir uma escola... Mas ideias sempre tem valor. O que acham do assunto? O que vem em mente? Do que gostariam em uma escola, fisicamente?
Clique aqui para assistir.
Conceito interessante, não?
É ótimo ver quebrado o modelo tradicional de edifício educativo. Sempre odiei o ambiente escolar: tudo quadrado, professores parados na frente de filas de alunos em suas mesas, num formato similar ao de um pelotão militar, luzes fluorescentes a cada 5 segundos...
Então esse modelo do vídeo é um alívio. Queria achar mais informações escolas igualmente inovadoras
No entanto... A palestra foca especificamente num jardim de infância. Talvez os conceitos demonstrados sejam ainda úteis para crianças alguns anos mais velhas, mas em algum momento se torna insuficiente e inadequado. E apesar de eu adorar educação e gostar bastante de arquitetura, eu não consigo ter ideias de que elementos arquitetônicos tornariam uma escola melhor para crianças mais velhas, estudantes de colegial, universitários, etc.
E isso que quero de vocês. Não que eu esteja planejando construir uma escola... Mas ideias sempre tem valor. O que acham do assunto? O que vem em mente? Do que gostariam em uma escola, fisicamente?
Re: O Jardim de infância circular circular de Tezuka Takaharu
Eu adoro reclamar das instituições de ensino. Veja bem, não é gratuito; tenho meus motivos.
Até eu entrar em uma faculdade eu senti que apenas estava decorando e reproduzindo palavras sem sentido. Aprendi mais com vídeos de youtube que minha curiosidade procurava do que 15 anos de escolas. As escolas atualmente fabricam mentes: tosam, enlatam e rotulam. Raras são as que estimulam. E mesmo na faculdade federal que entrei não foi tão mágico pois o ritmo do ensino superior supõe que você tenha diversos conhecimentos claros sobre assuntos e a dinâmica de aprendizado é totalmente ao contrário: você que procure o que quer, o professor, muitas vezes, só sai falando.
Os momentos que eu mais tenho memórias (mesmo que mínimas hoje), que mais trocava experiências, aventuras e que me faziam, de alguma forma, refletir eram o recreio e as aulas de educação física. Não falo apenas pela questão da atividade física e troca entre indivíduos apenas: são nesses momentos (assim como nas aulas em laboratórios que eram raríssimas) que aprendemos fazendo, experienciando algo; tentativa e erro. Cair e se machucar e diferente de apanhar.
Essa questão circular me lembrou imediatamente de um famoso museu em Niterói (RJ): O Museu de Arte Contemporânea (projetado por Oscar Niemeyer)
Como podem ver ele é como uma taça ou nava. Uma estrutura que já tive a oportunidade de conhecer e estudar sua "filosofia". Assim como o jardim do vídeo de Thear do TEDx Quioto, o MAC é circular. Nisso há dois pontos relevantes: No primeiro andar (onde podem ver as janelas na imagem) você consegue ver o mar e a cidade a sua volta quase como se flutuasse, dando um sentido de distanciamento para apreciação, porém de pertencimento àquela paisagem. Segundo, como dito no vídeo, adoramos andar em círculos (adultos são crianças altas e mais velhas, convenhamos). As exposições do museu acontecem numa varanda envolta de uma cúpula principal, onde também tem exposições e um segundo andar. Nesse segundo andar não há janelas: apenas uma eterna curva com exposições. Essa curva dá um sentido de conexão e continuidade além da expectativa eterna da próxima esquina.
Onde quero chegar com tudo isso? Todos esses conceitos utilizados por Niemeyer e no vídeo são até bem antigos, na Renascença já se discutiam a matemática e simbologia (artística, filosófica e arquitetônica) do círculo, espiral e do infinito. São ideias que foram contidas pela urgência de um sistema de ensino que produzisse conhecimento controlado, dependente; quadrado, atrasado e opressor. Não há uma exploração nesse sistema, há apenas o pré-determinado, normal e tolerável.
Eu gostaria de uma escola que tivesse diversas atividades além de um ensino comum: Teatro, oficinas de leitura e escrita, mais debates desde mais jovens, filmes, visitas guiadas (que eu até tive, mas foram poucas), oficinas de ciências. Um ambiente de conversa produtiva mais que uma imposição hierarquica.
Video-games, produção de vídeos do youtube com animação, filmes e séries, tem o potencial (e já atualmente, a potencia) de ensinar muita coisa. Sejam línguas diferentes como conceitos e debates. Em uma época onde tudo é conectado a escola ainda se mantém apoiada em livros atrasados.
Até eu entrar em uma faculdade eu senti que apenas estava decorando e reproduzindo palavras sem sentido. Aprendi mais com vídeos de youtube que minha curiosidade procurava do que 15 anos de escolas. As escolas atualmente fabricam mentes: tosam, enlatam e rotulam. Raras são as que estimulam. E mesmo na faculdade federal que entrei não foi tão mágico pois o ritmo do ensino superior supõe que você tenha diversos conhecimentos claros sobre assuntos e a dinâmica de aprendizado é totalmente ao contrário: você que procure o que quer, o professor, muitas vezes, só sai falando.
Os momentos que eu mais tenho memórias (mesmo que mínimas hoje), que mais trocava experiências, aventuras e que me faziam, de alguma forma, refletir eram o recreio e as aulas de educação física. Não falo apenas pela questão da atividade física e troca entre indivíduos apenas: são nesses momentos (assim como nas aulas em laboratórios que eram raríssimas) que aprendemos fazendo, experienciando algo; tentativa e erro. Cair e se machucar e diferente de apanhar.
Essa questão circular me lembrou imediatamente de um famoso museu em Niterói (RJ): O Museu de Arte Contemporânea (projetado por Oscar Niemeyer)
Como podem ver ele é como uma taça ou nava. Uma estrutura que já tive a oportunidade de conhecer e estudar sua "filosofia". Assim como o jardim do vídeo de Thear do TEDx Quioto, o MAC é circular. Nisso há dois pontos relevantes: No primeiro andar (onde podem ver as janelas na imagem) você consegue ver o mar e a cidade a sua volta quase como se flutuasse, dando um sentido de distanciamento para apreciação, porém de pertencimento àquela paisagem. Segundo, como dito no vídeo, adoramos andar em círculos (adultos são crianças altas e mais velhas, convenhamos). As exposições do museu acontecem numa varanda envolta de uma cúpula principal, onde também tem exposições e um segundo andar. Nesse segundo andar não há janelas: apenas uma eterna curva com exposições. Essa curva dá um sentido de conexão e continuidade além da expectativa eterna da próxima esquina.
Onde quero chegar com tudo isso? Todos esses conceitos utilizados por Niemeyer e no vídeo são até bem antigos, na Renascença já se discutiam a matemática e simbologia (artística, filosófica e arquitetônica) do círculo, espiral e do infinito. São ideias que foram contidas pela urgência de um sistema de ensino que produzisse conhecimento controlado, dependente; quadrado, atrasado e opressor. Não há uma exploração nesse sistema, há apenas o pré-determinado, normal e tolerável.
Eu gostaria de uma escola que tivesse diversas atividades além de um ensino comum: Teatro, oficinas de leitura e escrita, mais debates desde mais jovens, filmes, visitas guiadas (que eu até tive, mas foram poucas), oficinas de ciências. Um ambiente de conversa produtiva mais que uma imposição hierarquica.
Video-games, produção de vídeos do youtube com animação, filmes e séries, tem o potencial (e já atualmente, a potencia) de ensinar muita coisa. Sejam línguas diferentes como conceitos e debates. Em uma época onde tudo é conectado a escola ainda se mantém apoiada em livros atrasados.
Zé Joelho- Mensagens : 76
Data de inscrição : 06/06/2015
Idade : 28
Re: O Jardim de infância circular circular de Tezuka Takaharu
Assim... Claro, podemos discutir tudo mais que poderia ser ensinado numa escola, mas acho que um novo tópico é ideal pra isso.
Me refiro especificamente à estrutura do prédio. O que tu gostaria nela?
Por exemplo, que tipo de salas específicas ou características poderiam ajuda-la a incentivar o que tu quer que a escola incentive com essas aulas todas novas que citou?
Edit: Also, detesto a arquitetura de Niemeyer '-' Sujeito obcecado por concreto branco.
Me refiro especificamente à estrutura do prédio. O que tu gostaria nela?
Por exemplo, que tipo de salas específicas ou características poderiam ajuda-la a incentivar o que tu quer que a escola incentive com essas aulas todas novas que citou?
Edit: Also, detesto a arquitetura de Niemeyer '-' Sujeito obcecado por concreto branco.
Re: O Jardim de infância circular circular de Tezuka Takaharu
Durante a faculdade de arquitetura tive a oportunidade de fazer dois projetos escolares. Ao projetar uma escola, antes de se pensar qual forma o edifício terá, a questão mais importante a ser analisada é a metodologia que será abordada em tal escola. Assim se torna mais fácil projetar os espaços e como eles funcionaram em conjunto.
Lembro de duas escolas que usei como referência: Guastalla School (Itália) e Vibeeng Scholl (Dinamarca)
Guastalla School
Vibeeng School
Assim como no Jardim circular, ambas as escolas foram projetadas para que as crianças possam de usufruir de todo o espaço escolar. No caso da Guastalla School, as paredes foram pensadas para que as crianças pudessem brincas nelas. Já na Vibeeng scholl, o pátio é o coração da escola, sendo obrigatário passar por ele para ir para uma sala de aula ou laboratório.
São espaços que desenvolvem a criatividade e estimulam criança a explorar todo o potencial que os ambientes possam lhes oferecer.
Lembro de duas escolas que usei como referência: Guastalla School (Itália) e Vibeeng Scholl (Dinamarca)
Guastalla School
Vibeeng School
Assim como no Jardim circular, ambas as escolas foram projetadas para que as crianças possam de usufruir de todo o espaço escolar. No caso da Guastalla School, as paredes foram pensadas para que as crianças pudessem brincas nelas. Já na Vibeeng scholl, o pátio é o coração da escola, sendo obrigatário passar por ele para ir para uma sala de aula ou laboratório.
São espaços que desenvolvem a criatividade e estimulam criança a explorar todo o potencial que os ambientes possam lhes oferecer.
Benoda- Mensagens : 2
Data de inscrição : 28/08/2018
Re: O Jardim de infância circular circular de Tezuka Takaharu
Desculpem a quantidade de fotos, mas é meio complicado falar de arquitetura sem imagens. ehehehe
Benoda- Mensagens : 2
Data de inscrição : 28/08/2018
Re: O Jardim de infância circular circular de Tezuka Takaharu
Benoda escreveu:Desculpem a quantidade de fotos, mas é meio complicado falar de arquitetura sem imagens. ehehehe
Sem problemas, fique a vontade!
Gostei muito do espaço interior, e do formato da Vibeeng. Ela tem muito espaço pra sentar, pra todo lado, o que ao meu ver contribui para socialização. Aquela escada com dois tamanhos de degraus parece divertida, mas tu sabe dizer qual a intenção exata dela? Pelo que vi também ela tem um certo foco em ser energeticamente sustentável, o que é bom, mas não sei se considero prioridade arquitetônica para escolas.
Por outro lado, a Guastalla tem muito mais sombras, sem deixar de ter uma abundancia de Sol. Eu sou super a favor de integração interno-externo, que parece ser um dos objetivos dela. Mas ela também parece bastante monótona em termos de cores.
Vou dar uma pesquisada essa semana por mais escolas "diferentes". Tu me deixou instigado.
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