Desafio de 50 Filmes em Anime

Ok, ok. Esse é mais complicadinho. Para fevereiro em meu Desafio de 10 Anos, um dos sorteados foi o "mini-desafio" de assistir os 50 Filmes mencionados pelo youtuber "BobSamurai" em seu vídeo "Top 50: Best Anime Movies of All Time!". Eu tenho um prazo de 1 ano a partir de 01/02/2020 para completar esse desafio.

Devo admitir que eu não esperava outro mini-desafio sendo sorteado apenas 1 mês depois de terminar o exigente Desafio de 365 Curtas.

De certa forma, será uma sequência para o Desafio de 60 Animes que antecedeu e inspirou o Desafio de 10 Anos. Vou levar isso muito em consideração ao estipular as regras desse novo projeto:


- Em vez de criar um tópico por semana como no Desafio de Curtas, vou apenas adicionar uma mensagem a mais nesse mesmo tópico para cada item da lista, conforme assisti-los.  

- Diferentemente de como fiz no Desafio de 60 Animes, vou assistir tudo na ordem de pior para melhor proposta pelo vídeo. No Desafio de 60 Animes isso não era possível devido ao formato do vídeo original, mas nesse caso é.

- Não vou rever qualquer filme nessa lista que já tenha visto para o Desafio de 60 Animes, seria uma redundância desnecessária.

- Qualquer item ainda não sorteado no Desafio de 10 Anos que estiver nessa lista do BobSamurai será removido da lista do Desafio de 10 Anos.

- Alguns itens da lista de BobSamurai não são realmente filmes, mas sim pequenas séries de OVAs ou séries de filmes. Vou respeitar a lista que consta no vídeo e assistir tudo mesmo assim.


Segue o vídeo que origina esse desafio, e em seguida a lista de filmes que deverei assistir, com a respectiva data prevista até a qual escreverei a respeito.




50 - Eve no Jikan (2010) - Até 09/02/2020
49 - Ashura (2012) - Até 17/02/2020
48 - The Girl Who Leapt Through Time (2006) - Até 25/02/2020
47 - Petshop of Horrors (1999) - Até 04/03/2020
46 - Escaflowne (2000) - Até 12/03/2020
45 - Berserk: The Golden Age Trilogy (2012-2013) - Até 20/03/2020
44 - Hokuto no Ken (1986) - Até 28/03/2020
43 - Karakuri no Kimi (2000) - Até 05/04/2020
42 - Nitaboh: Tsugaru Shamisen Shiso Gaibun (2004) - Até 13/04/2020
41 - Rurouni Kenshin: The Movie (1997) - Até 21/04/2020
40 - Metropolis (2001) - Até 29/04/2020
39 - Dagger of Kamui (1985) - Até 07/05/2020
38 - Dragon Ball Z: A Fusion Reborn (1995) - Até 15/05/2020
37 - Dragon Ball: The Path to Power (1996) - Até 23/05/2020
36 - Patlabor: The Movie (1989) - Até 31/05/2020
35 - Mind Game (2004) - Até 08/06/2020
34 - Vampire Hunter D (1985) - Até 16/06/2020
33 - Akira (1988) - Já coberto no Desafio de 60 animes. Até 24/06/2020
32 - Spriggan (1998) - Até 02/07/2020
31 - Giovanni's Island (2014) - Até 02/07/2020
30 - Dragon Ball Z: Bardock, Father of Goku (1990) - Até 10/07/2020
29 - Dragon Ball Z: The History of Trunks (1993) - Até 18/07/2020
28 - Cat Soup (2001) - Até 26/07/2020
27 - Steamboy (2004) - Até 03/08/2020
26 - 5 Centimeters per second (2007) - Até 11/08/2020
25 - Rurouni Kenshin: Trust & Betrayal (1999) - Até 19/08/2020
24 - The Garden of Words (2013) - Até 27/08/2020
23 - The Boy and The Beast (2015) - Até 04/09/2020
22 - Sword of the Stranger (2007) - Originalmente na lista principal do Desafio de 10 Anos. Até 12/09/2020
21 - Paprika (2006) - Até 20/09/2020
20 - Arashi no Yoru Ni (2005) - Até 28/09/2020
19 - Memories (1995) - Até 06/10/2020
18 - Tekkonkinkreet (2006) - Até 14/10/2020
17 - Nausicäa of the Valley of the Wind (1984) - Originalmente na lista principal do Desafio de 10 Anos. Até 22/10/2020
16 - The Wings of Honneamise (1987) - Até 30/10/2020
15 - Tenshi no Tamago (1985) - Originalmente na lista principal do Desafio de 10 Anos. Até 07/11/2020
14 - Urotsukidoji: Legend of the Overfiend (1987-89) - Até 15/11/2020
13 - Ojiisan no Lamp (2011) - Até 23/11/2020
12 - Transformers: The Movie (1986) - Até 01/12/2020
11 - Wolf Children (2012) - Originalmente na lista principal do Desafio de 10 Anos. Até 09/12/2020
10 - Tokyo Godfathers (2003) - Até 17/12/2020
09 - Vampire Hunter D: Bloodlust (2000) - Até 25/12/2020
08 - Cowboy Bebop: The Movie (2001) - Implicitamente coberto junto da série no Desafio de 60 Animes.
07 - Jin-Rô (1999) - Até 03/01/2021
06 - Millenium Actress (2002) - Já coberto no Desafio de 60 Animes.
05 - Ghost in The Shell (1995) - Já coberto no Desafio de 60 Animes.
04 - Redline (2009) - Já coberto no Desafio de 60 Animes.
03 - Ninja Scroll (1993) - Até 11/01/2021
02 - Lupin III: Cagliostro no Shiro (1979) - Até 19/01/2021
01 - Perfect Blue (1998) - Até 27/01/2021

50 - Eve no Jikan
Diretor: Yoshiura Yasuhiro
Estúdio: Studio Rikka
Ano: 2010
Publico Alvo: Seinen
Gêneros: Ficção Cientifica, Slice of Life
Duração: 106 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): O filme é uma versão mais completa do ONA original de 6 episódios lançado em 2008. Contem todo o conteúdo dos ONAs e cenas completamente novas que dão detalhes ao passado de alguns personagens.
Em algum momento no Japão do futuro, androides se envolveram em todos os aspectos das vidas das pessoas. Um dia, ao chegar o registro de comportamento de sua androide, Rikuo, um estudante, notou os horários de retorno para casa de seu androide tem sido estranhos recentemente. Com seu amigo Masaki, ele encontra o lugar que sua androide, Sammy, tem visitado: um pequeno café chamado Eve no Jikan onde androides e humanos não são vistos como diferentes. Ao conversar com as "pessoas" do café e descobrir mais sobre o comportamento de Sammy, Rikuo muda sua visão sobre androide e começa a trata-los como seus amigos em vez de apenas ferramentes. Ao mesmo tempo, em outro lugar no Japão, o Comitê de Ética esta tentando impor politicas para reduzir o envolvimento de androides na sociedade.


Esse anime é interessante. Ou pelo menos facilmente captura o meu interesse... Eu tendo a gostar de slice of life, e de ficção cientifica; então uma combinação dos dois sempre me atrai. Nesse caso mais ainda, pois o aspecto "ficção cientifica" se concentra em inteligência artificial, e tem todo um debate sobre a independência de androides em relação as 3 Leis da Robótica de Asimov (grande fã de Isaac Asimov, aqui).

Essa discussão toda com um café casual com um grupo de frequentadores bastante diverso como plano de fundo acaba gerando uma premissa fantástica. Uma versão mais longa, elaborada e com orçamento maior desse anime poderia facilmente se tornar um dos meus favoritos.

Mas é nisso que falha. 1 hora e 46 minutos claramente é muito pouco para a estória que o filme tenta contar. Eu me identifiquei bastante com alguns personagens, fiquei fascinado por outros, fiquei curioso com as tramas sinistras que estavam claramente sendo compostas por facções diversas no mundo do filme... Mas nada disso vai muito longe, pois é apenas um longa metragem, ou um anime de 6 episódios. Imagino que pretendiam fazer alguma continuação, mas nunca conseguiram... Ou talvez esse filme seja o que conseguiram montar quando souberam que não conseguiriam recursos para contar a estória toda. Aparentemente posteriormente foi feita uma adaptação pra manga, e também uma Light Novel que parece ser a mesma coisa com um final alternativo, mas nenhuma continuação de fato.

Uma pena. Eu realmente queria ver uma versão melhorada desse conceito. Do jeito que esta, só vale um 6/10.

A principio eu não pretendo me prolongar nesses textos desse desafio. Mas eu já disse isso em ocasiões anteriores e acabei me provando errado, não?

Anyway, segue o trailer:

49 - Asura
Diretor: Sato Keiichi
Manga: Jouji Akiyama
Estúdio: Toei Animation
Ano: 2012
Publico Alvo: Seinen
Gêneros: Drama, histórico
Duração: 115 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Asura é um drama implacavelmente sombrio que acompanha a luta de um menino que fazia tudo o que era necessário para sobreviver durante tempos de guerra e fome no Japão medieval.

Cuidado, esse é bastante violento, com canibalismo e tudo.

Se esforça em ser chocante, traumático... As circunstâncias nas quais o garoto Asura nasceu e cresceu são horríveis, e fizeram dele uma garroto horrível. E o filme é uma sequência de tentativas de humaniza-lo que se seguem por mais coisas horríveis acontecendo a ele e justificando sua natureza horrível. Horrível.

Não vou exagerar, na real. Não chega perto de ser uma das obras mais violentas e traumáticas que já vi, mas pode ser bastante pesado para os incautos. Mas a obra definitivamente tenta retratar o pior da humanidade, por isso enfatizei no "horrível" no parágrafo anterior. Pelo que vi o autor do manga que serviu de base para o filme gostava de criar obras polemicas, inclusive negando o Estupro de Nanquim em um de seus mangas.

Agora falando do filme em si.. Primeiro vamos tirar o obvio do caminho: a arte 3D do filme é péssima. Apenas nos últimos 2 ou 3 anos a industria de animes esta recém começando a aprender a usar 3D em animes, e um filme de baixo orçamento de 2012 passa longe de ter sucesso nisso. O resultado é que o filme todo é visualmente fraco demais.

Quanto à estória... É até bonita, em sua própria maneira dramática e triste. Te faz torcer pelo sucesso de Asura em seus esforços em se adequar à uma vida saudável com outros humanos, e te afeta toda vez que da errado. Mas é limitada pela sua simplicidade, e talvez por ser meio repetitiva ou pela direção meio fraca do filme.

Em algum lugar no meio desse filme 5/10 tem alguma obra realmente interessante sobre a busca da humanidade pela racionalidade e pela civilização diante das constantes crises e do sofrimento da vida... Mas Asura acaba passando longe de acertar nisso.

Trailer:

48 - The Girl Who Leapt Through Time
Diretor: Hosoda Mamoru
Livro: Tsutsui Yasukata
Estúdio: Madhouse
Ano: 2006
Gêneros: Aventura, drama, romance, ficção cientifica
Duração: 98 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Konno Makoto esta no seu ultimo ano do ensino médio, mas tem problemas decidindo o que fazer em seu futuro. Em meio à rotina de aguentar a pressão de seus professores e matar o tempo com seus melhores amigos, a vida de Makoto subidamente muda quando ela acidentalmente descobre-se capaz de literalmente saltar pelo tempo.
O filme acompanha Makoto conforme ela brinca com seus novos poderes. No entanto, logo ela descobre do jeito difícil que cada escolha tem uma consequência, e que o Tempo é muito mais complicado do que pode parecer.
O filme é uma sequência pouco fiel do livro original de mesmo nome, de 1967.


Esse é um peso pesado da historia dos longas em anime. Até uns 5 anos atrás esse filme estava em quase qualquer lista de "Melhores filmes de anime de todos os tempos", e esse foi o motivo pelo qual decidi vê-lo pela primeira vez, la por 2013 ou 14. Na época, eu dei uma nota 7 no IMDB.

Hoje é claro, o filme tem uma concorrência muito mais acirrada. Ainda aparece com alguma regularidade nessas listas, mas outras obras novas frequentemente tomam seu lugar. Alem disso, a excepcional beleza visual do filme para os padrões de 2006 finalmente não é mais páreo para padrões atuais. Mas ainda é um filme muito bom.

Uma enorme leveza em diversão casual com viagens no tempo bobas na primeira metade, e uma tensa lição de poder e responsabilidade com romance na segunda metade. A notável dublagem da protagonista, a hilaria repetição da garota se estatelando no chão após cada salta no tempo... Tudo isso ainda faz o filme se destacar.

E claro... O lado romance do filme é meio desajeitado, parecendo ter sido esquecido pela primeira metade do filme e talvez até forçado em cima de uma protagonista que não precisava disso na segunda metade. O lado ficção cientifica também é muito mal inserido... O filme tenta aprofunda-lo no final, mas seria melhor permitir às origens dos poderes de Makoto que permanecessem vagas, talvez.

Tenho a impressão que uma versão serializada de 12 episódios talvez poderia ser ainda melhor. Mas é melhor não mexer em time que esta ganhando, certo?

Mas essas pequenas reclamações não me impedem de fazer agora algo que quase nunca faço ao rever um filme anos depois: Aumentar sua nota. The Girl Who Leapt Through Time merece um 8/10 por ser tão leve e empolgante de se ver, pontuado com breves momentos de imensa intensidade. É simplesmente muito agradável de assistir, mesmo sendo relativamente simples e tendo alguns tropeços no enredo.

Trailer:

47 - Petshop of Horrors
Diretor: Hirata Toshio
Manga: Akino Matsuri
Estúdio: Madhouse
Ano: 1999
Público Alvo: Josei
Gêneros: Horror, mistério, sobrenatural
Duração: 4 episódios de cerca de 22 minutos cada
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Count D, um interessante dono de pet shop em uma Chinatown, vende bichos de estimação raros e difíceis de encontrar para pessoas que buscam algo especial, mas com cada compra vem um contrato. Se as regras do contrato forem seguidas, tudo se sai bem, mas se alguém quebra as regras do contrato, o pet shop não pode ser responsabilizado por nada de trágico que venha a acontecer. Leon Orcot, um detetive de homicídios, conectou muitas mortes estranhas e inexplicáveis umas as outras; todos eram clientes do pet shop de Count D, e ele pretende descobrir o porquê.


Não tenho muito a dizer sobre esse. Primeiro o obvio: não é um filme. É um curto anime de TV que adapta apenas um pedaço de um manga mais longo, e é totalmente episódio. Ou seja, os 4 episódios contam 4 casos diferentes investigados pelo detetive Leon, em vez de todos juntos mostrarem uma trama maior.

E os episódios são todos parecidos. Uma formula de "monster of the week" que repete ao ponto de ficar previsível já no segundo ou terceiro episódio. Algum cliente compra alguma criatura mitologica do pet shop que preenche algum vazio em sua vida, algo sinistro acontece quando ele quebra o contrato, o detetive vai investigar a situação, e acaba apenas recebendo uma explicação por parte de Count D sobre os erros cometidos pelo cliente. E aí o detetive não faz mais nada.

Se fosse um anime mais longo, com os tradicionais 12 episódios talvez.. eu daria uma nota mais baixa. Mas já que foram apenas 4 episódios de uma versão muito básica do conceito de "loja de itens amaldiçoados"... Então 5/10 parece justo. Não chegou a irritar com a repetitividade.

Trailer (dublado em inglês, infelizmente):

46 - Escaflowne
Diretor: Akane Kazuki
Anime Original: Akane Kazuki
Estúdio: Bones
Ano: 2000
Publico Alvo: Shoujo
Gêneros: Aventura, drama, fantasia, Mecha, romance, ficção cientifica
Duração: 98 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Hitomi Kanzaki is in a very depressed mood. She only wants to sleep and fade away. Her misery summons Lord Folken who sends her to Gaea. The people of Gaea think she is the Wing Goddess, who can call upon the legendary Dragon Armor called Escaflowne. On Gaea, King Van, the sole survior of the White Dragon Clan, is also in a depressed state. Swearing an oath to get his revenge on the Black Dragon Clan that obliterated Van's kingdom, he lives by the sword. Now that the Wing Goddess has finally appeared, she posseses Gaea's world fate in her heart. Escaflowne will either lead Gaea to peace or total ruin.
Kanzaki Hitomi tem estado muito deprimida. Ela quer apenas dormir e desaparecer. Sua miséria invoca Lord Folken, que a envia para o mundo de Gaea. O povo de Gaea pensa que ela é a "Deusa Alada", que pode convocar a lendária Armadura Dragão chamada Escaflowne. Em Gaea o rei Van, o único sobrevivente do Clã do Dragão Branco, também tem estado deprimido. Jurando se vingar do Clã do Dragão Negro que obliterou seu reino, ele agora vive pela espada. Agora que a Deusa Alada finalmente apareceu, ela possui o destino de Gaea em seu coração. Escaflowne vai levar Gaea ou à paz, ou à ruína.

Eu originalmente cobri o anime "Tenkuu no Escaflowne" no Desafio de 60 Animes em 2 Anos. Eu achei bonzinho, mas pontuei algumas falhas sérias que prejudicavam o resultado final. O interessante é que várias "recontagens" desse anime foram feitos tanto em simultaneo quanto poucos anos depois de seu lançamento, na forma de mangas, ou light novels, ou... esse filme. Com todas essas chances extras de acertar, será que conseguiram?

Sei lá, talvez tenham conseguido numa das outras mídias, mas esse filme foi um fracasso nisso. 98 minutos é completamente inadequado para recontar a estória de um anime de 26 EPISÓDIOS! Que ideia absurda, por que alguém faria isso?

Claro que essa versão alternativa inclui diversas alterações no roteiro, incluindo mudanças drásticas na personalidade dos protagonistas, iniciar o filme num ponto mais avançado do conflito com os vilões do que no anime, etc. "Versões alternativas" de uma estória são super comuns em mídia japonesa (especialmente em visual novels), e isso geralmente trás o benefício de explorar personagens antes não explorados, ou revelar novos detalhes do enredo ou da natureza dos protagonistas. Um filme que serve de versão alternativa a um anime de 26 episódios não faz nada disso. Suas mudanças acabam parecendo ou arbitrárias, ou tentativas desesperadas de encaixar a longa trama do original em menos de 2 horas.



"Escaflowne" acaba tendo uma trama tão pouco explicada e explorada que chega a ser difícil de entender e pode te fazer erroneamente pensar que é uma estória complexa. Não é. É bem básica.

O que salva o filme de uma nota definitivamente negativa é a animação de boa qualidade e a trilha sonora de fato muito boa. Provavelmente a possibilidade de combinar o nome da franquia com valores de produção superiores nesse aspecto foram o único motivo da criação desse filme, mas já que o anime original já era decente em animação e bom em trilha sonora, o longa metragem sequer serve como a propaganda da franquia que suponho ter sido feito para ser. 5/10.

Trailer (em inglês):

45 - The Golden Age Arc
Diretor: Kubooka Toshiyuki
Manga: Miura Kentaro
Estúdio: Studio 4ºC
Ano: 2012-2013
Publico Alvo: Seinen
Gêneros: Ação, Aventura, Demônios, Drama, Fantasia, Horror, Militar, Sobrenatural
Duração: 3 filmes entre 76 e 110 minutos.
Sinopse do Primeiro Filme (fonte: MyAnimeList):  No Reino de Midland, um mercenário chamado Guts viaja pelas terras, preferindo uma vida de conflito sobre uma vida de paz. Apesar de as chances nunca estarem a seu favor, ele é uma força imparável que sobrepuja qualquer oponente, armado de sua gigantesca espada maior que ele próprio.
Um dia Griffith, o líder misterioso de um grupo de mercenários chamado de Bando do Falcão, testemunha a habilidade de batalha do guerreiro e o convida para se juntar a seu esquadrão. Rejeitando a oferta, Guts desafia Griffith para um duelo e, muito para sua surpresa, é derrotado e forçado a se juntar.
Agora, Guts deve lutar ao lado de Griffith a seu grupo para ajudar Midland a derrotar o Império de Chuder. No entanto, Griffith parece carregar consigo motivos ocultos, desejando algo muito maior do que simplesmente terminar a guerra.

Essa trilogia de filmes adapta o primeiro arco do manga "Berserk". O mesmo primeiro arco que foi adaptado pelo anime de 1997 que eu cobri aqui no desafio de 60 animes. É engraçado como Berserk ficou tanto tempo preso nesse limbo de adaptações que essencialmente só contavam o comecinho da historia, pelo menos até o controverso anime de 2016 chegar.

E é bem o comecinho mesmo. Da até pra usar Berserk pra começar um debate sobre "onde começar uma estória"...  Não sei se já repararam, mas quase nenhuma estória começa do começo. Sempre tem um monte de coisas que aconteceram aos personagens antes, ou que iniciaram as sequências de acontecimentos anteriormente, e acabam sendo reveladas à audiência via flashbacks, exposição ou outros métodos. Na prática, a maioria das obras começa a contar uma estória a partir do momento em que 2 ou mais personagens se encontram, e acabam afetando a estória um do outro, ou começam a partir de uma reviravolta específica.

Mas Berserk começa do começo... Não, não realmente. Ainda existem flashbacks e passado relevante à trama para alguns  personagens. Mas com certeza começa mais perto do começo que a maioria das obras que já vi. Esse primeiro arco inteiro que a trilogia de filmes adapta poderia ser facilmente pulado totalmente pelo autor e revelado aos poucos no decorrer da estória posterior. É como se fosse um arco inteiro de prólogo, ou uma prequel lançada antes da obra principal. De fato passa essa impressão.

Mas não pensem que isso é uma coisa negativa. Não é, não estou querendo dizer isso. É sempre interessante ver coisas diferentes em ficção, contanto que sejam bem feitas, e Berserk é definitivamente bem feito. E com isso, essa trilogia é bem feita junto. Ela é um daqueles poucos eventos de computação gráfica sendo usada bem em animes (apesar de que suspeito que boa animação 2D daria um resultado muito melhor), e  a vantagem tecnológica lhe da superioridade visual sobre a adaptação original de 1997. Adaptar em três filmes também evita os problemas que reclamei do filme Escaflowne, que absolutamente não tinha condições de contar sua estória em apenas um longa metragem.

Só tem duas críticas que consigo fazer facilmente à trilogia Golden Age Arc. A primeira é que não conta com as espetaculares musicas de Hirasawa Susumu, como o anime de 1997 contava. A segunda é que, assim como o anime 1997, a trilogia te deixa querendo mais, mas não existe mais fora do manga.

Então eu vou ter que ler o manga. Um manga famoso por hiatos, assim como Hunter X Hunter. Maravilha.

Anyway. A trilogia Berserk Golden Age Arc é boa e merece um 7/10. Não dou mais porque, apesar de poucas falhas, os filmes oferecem pouco alem de ação e aventura para quem já conheceu a estória antes de alguma forma. E apesar de fazer isso bem, não o faz excepcionalmente.

Trailer:

44 - Hokuto no Ken
Diretor: Ashida Toyoo
Manga: Buronson
Estúdio: Toei Animation
Ano: 1986
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Ficção cientifica, aventura, ação, drama, artes marciais
Duração: 110 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Após uma cataclísmica guerra nuclear, o mundo se vê a beira da destruição total. A civilização esta reduzida a uma sociedade degenerada na qual grupos rivais de saqueadores se aproveitam dos desamparados e desabrigados nômades. Para aqueles com sorte o bastante para sobreviver ao constante perigo, é uma existência sombria. Vida e morte se misturam em abstrações. A unica esperança para a humanidade é encontrar um herói capaz de se tornar o próximo "Punho da Estrela do Norte" - um guerreiro iluminado - que seja capaz de liderar aqueles com vontade de sobreviver para alem da aridez e para um novo mundo. Mas nessa terra de ninguém selvagem de lealdades curtas e semi-deuses sedentos de poder, heróis estão em falta.

Então... Isso é uma adaptação alternativa do mesmo manga adaptado pela versão serializada, que eu cobri originalmente aqui no desafio de 60 animes. Esse filme comprime os primeiros 109 episódios, e ainda altera a ordem e forma de alguns dos eventos.

O anime serializado foi o pior que já vi na minha vida, por mais que seja de alguma forma o favorito de alguns fãs de anime mais velhos. E esse filme não é muito diferente.

Por um lado, é maravilhoso poder assistir apenas 110 minutos dessa desgraça em vez dos 2725 equivalentes da série... e é uma prova do quão enrolados e inúteis são a maioria dos episódios do anime que esse filme seja capaz de contar quase a mesma estória de maneira quase compreensível em 1/25 do tempo.

Por outro, qualquer sombra de aproveitamento que eu poderia ter absorvido das centenas de lutas do original é perdida, pois quase todas são cortadas e as que permanecem são alteradas, encurtadas, simplificadas.

Ainda assim, o tempo de sofrimento encurtado drasticamente em relação à série já basta pra eu declarar esse filme superior. Em vez de 1/10, dou 2/10 para esse lixo compactado.

Trailer:

43 - Karakuri no Kimi
Diretor: Takaya Hirotoshi
Manga: Fujira Kazuhiro
Estúdio: Shogakukan-Shueisha Productions, Toho
Ano: 2000
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Ação, comédia, fantasia, histórico, horror, artes marciais, samurai, sobrenatural.
Duração: 39 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): A Princesa Rangiku perdeu toda a sua familia para o Senhor Karimata, que invadiu seu lar em busca do trabalho da vida de seu pai; marionetes com capacidades únicas. Como seu dever demanda, Rangiku viaja com as três melhores marionetes guerreiras de seu pai para buscar vingança. Ela pode manipular as marionetes para que enfrentem os mais fortes lutadores, no entanto isso à deixa vulnerável a ataques diretos, então ela busca primeiro um ninja chamado Manajiri para ajuda-la e protegê-la em sua missão.

Adoro conceitos criativos de combate com armas brancas, ou de baixo nível de poder no geral. Isso inclui marionetes. Lembro que gostava muito de Naruto no começo por esse tipo de coisa... E justamente gostava do conceito do Kankuro por isso, apesar do personagem em si ser meio chato. Naruto chegou ao auge nisso com o Sasori no Shippuden, e depois foi aos poucos saindo do combate de armas brancas.

É legal ver outro anime usando o conceito de marionetes guerreiras. Acho que não é um conceito tão incomum em obras japonesas no geral... Mas é incomum o bastante pra sempre me chamar atenção quando aparece.

O filme em si é tolerável. Tem uma boa cena de ação no climax, uma estória interessante o bastante pra poder ter sido estendido pra uma série de 12 episódios.. Seus pontos fracos são a arte pouco impressionante pra um OVA; o conceito bobo mas central à trama sobre como as cordas das marionetes são feitas; e uma cena cômica que faz uma piada bem estupida na primeira metade, arruinando a imagem de um dos personagens aos meus olhos e quase me fazendo dar uma nota menor pra coisa toda, mas no fim acabei aceitando que é um anime antigo e a mídia esta cheia de humor desse tipo.

É curto o bastante pra não me incomodar demais com as falhas, assim ganhando pontos através das marionetes e do estilo de luta da princesa. 6/10.

É bem difícil achar informações a respeito, alias. Inclusive vi que é baseado num manga de nome diferente, o que me fez me perguntar se é apenas uma das estórias presentes no manga... mas eu não achei praticamente nada sobre o manga em questão, muito menos scans. Não procurei tanto assim, também. Esse anime provavelmente é o mais obscuro que já vi.


Trailer (único que achei):

42 - Nitaboh: Tsugaru Shamisen Shiso Gaibun
Diretor: Nishizawa Akio
Estúdio: WAO! World
Ano: 2004
Publico Alvo: Seinen
Gêneros: Histórico, musica
Duração: 99 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Quando criança, Nitaroh sofreu com uma doença que o deixou cego. Ele herda o shamisem que um dia pertenceu à sua mãe e é ensinado o essencial por uma tocadora de shamisen ambulante cega. Com o tempo, e com a ajuda de velhos e novos amigos, ele caminha pela estrada de seu destino final - ser o fundador do estilo Tsugaru de tocar shamisem.

A maioria das pessoas quando pensa em algum período "legal" da história japonesa, pensa no famoso Sengoku Jidai (1467-1615), no qual o país estava dividido entre dezenas ou centenas de pequenos senhores feudais constantemente se envolvendo em guerras em busca de poder e eventualmente do controle total da nação. Mas tendo crescido como grande fã de Rurouni Kenshin, eu tenho um apreço especial pelo Bakumatsu e a Restauração Meiji... Ou seja; os conflitos que levaram à queda do xogunato e os anos de mudanças drásticas pelas quais a sociedade japonesa passou em seguida.

Na Restauração Meiji o Japão se lançou num turbilhão de reformas politicas, sociais e culturais. O governo reavaliou o passado da nação buscando elementos culturais para conservar, enfatizar ou distorcer; ao mesmo tempo que escolhia tradições e até mesmo classes sociais inteiras para serem extintas caso não servissem aos objetivos da nova nação. Inicia-se o conflito interno japonês entre a tradição e a busca por modernidade, que existe até hoje. Tudo isso num esforço concentrado e energético para se modernizar e se tornar um alvo menos tentador para as grandes potencias ocidentais que apenas há poucas décadas haviam feito o impensável: derrotado a China. O impulso iniciado nesse momento mostraria incrível sucesso nas décadas a seguir, e mais adiante continuaria a se transformar e distorcer, até se transformar em imperialismo descontrolado e finalmente culminar numa derrota retumbante frente a inimigos que o Japão jamais teve chances de vencer, em 1945.

E esse filme se passa nessa época, e tudo nele transpira Restauração Meiji. Eu sei que o filme é inspirado em uma figura provavelmente real, e que existem historiadores específicos que defendem que o protagonista foi de fato o fundador do estilo musical que o filme afirma que foi, mas não sei até onde vai a acurácia histórica do longa. Talvez esteja cheio de anacronismos e erros, não sei. Mas o ponto principal é que ele realmente retrata bem o que a época teoricamente foi.

O filme conta com um personagem que nasce num mundo cheio de normas estranhas e classes sociais distintas, mas ao longo de sua vida vê o mundo ao seu redor mudar, várias dessas normas sendo eliminadas, as linhas entre certas classes se borrando ou desaparecendo, e as novas oportunidades de uma nova era surgindo. O filme acerta muito a sensação do que eu imagino que essa era tenha sido... Por mais que talvez minha imaginação possa (e provavelmente deva) estar errada.

Pena que, em sua maioria, é um tédio. É lento, o protagonista segue o estereótipo do cego apático, e as cenas são lentas e pouca animadas. Até mesmo a musica tradicional retratada pela maior parte do filme é desinteressante.

Exceto no final. Talvez um filme sobre música passado nos anos 70 termine com um solo impressionante de guitarra... pois bem, Nitaboh termina com um solo impressionante de Tsugaru-Shamisem. Tão impressionante e empolgante que eu até fiquei agitado na cadeira, um efeito que dificilmente um solo de guitarra me causa hoje em dia. A culminação do filme todo nessa música vale boa parte do tédio. Fantástico.

É muito difícil pra mim dar uma nota a um filme desses. Me senti entediado quase o tempo todo, mas o final foi excelente e o todo da obra passa uma visão histórica que pelo menos passa a impressão de autenticidade. Acho que tenho que terminar com um frágil e incerto 7/10. Veremos se permanece até o final do desafio.

Trailer (unica versão que achei:

41 - Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan - Ishinshishi e no Chinkonka
Diretor: Tsuji Hatsuki
Manga: Watsuki Nobuhiro
Estúdio: Gallop
Ano: 1997
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Histórico, samurai, drama
Duração: 91 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): A guerra contra o Xogunato Tokugawa terminou anos atrás. Mas ainda existem alguns que não estão felizes com seu resultado. Takimi Shigure presenciou seus amigos e família sendo mortos em nome da liberdade e prosperidade. Agora ele e um grupo de rebeldes desesperados juraram vingança. Apenas um homem se poe em seu caminho: Himura Kenshin. Mas quando Shigure descobre a verdadeira identidade de Kenshin como o retalhador Battousai, sua luta se torna uma vingança pessoal.

No texto anterior eu mencionei Rurouni Kenshin e a Restauração Meiji, e aqui estamos novamente! Infelizmente não tenho quase nada a dizer sobre esse filme.

O anime principal é cheio de filler... inclusive corta a saga final do manga e a substitui com uma temporada inteira de fillers. E alguns desses fillers envolvem um samurai que lutou no Bakumatsu, é honrado mas esta frustrado, e é manipulado por alguém com intenções corruptas a participar de uma rebelião contra o governo Meiji. E esse filme é mais do mesmo. Pra quem é muito fã do anime e quer a experiência completa, até faz sentido assistir... mas fora isso não tem valor nenhum.

Also, tem um erro cronológico bobo no meio em relação à série. O que já indica falta de interesse por parte dos próprios roteiristas.

Bastante irrelevante, e nada original. 5/10.

Trailer:

40 - Metropolis
Diretor: Rintaro
Manga: Tezuka Osamu
Estúdio: Madhouse
Ano: 2001
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Aventura, drama, policial, ficção cientifica, romance
Duração: 113 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList):Na grande cidade de Metropolis, várias estruturas sociais e preconceito dominam um mundo onde humanos e robôs vivem juntos. Distúrbios e violência aumentam a cada dia.
Procurando pelo cientista Dr. Laughton, suspeito de tráfico de órgãos, o detetive japonês Ban Shunsaku e seu sobrinho Kenichi chegam em Metropolis. No laboratório do cientista, Kenichi descobre uma garota sem memórias de seu passado. Ele decide ajuda-la, então eles fogem juntos. Seu tio avança pelas profundezas dos segredos sinistros da cidade enquanto o procura, e encontra Duke Red, o homem que governa a cidade a partir das sombras. Enquanto isso, Kenichi desesperadamente tenta proteger a garota misteriosa das pessoas que a perseguem. No entanto, Duke Red e seu filho adotivo tem suas próprias razões pessoais para persegui-la. Essas razões estão conectadas à sua verdadeira identidade e ao conflito pela dominação de Metropolis.

Baseado num manga homônimo de 1949 escrito por ninguém menos que Osamu Tezuka, "O Pai do Manga" ou "O Deus do Manga". O sujeito definitivamente foi a figura mais importante na formação das mídias do manga e anime. Outras obras suas que se destacam são Kimba the White Lion (que mais tarde seria plagiado pela Disney em "O Rei Leão), e Astro Boy, entre vários outros.

Não a toa o filme Metropolis conta com esse mesmo estilo artístico, em vez do estilo típico dos animes do começo dos anos 2000. E o estúdio aproveitou para ir além: o filme conta com backgrounds cheios de figurantes em movimento, coisa que quase nunca ocorre mesmo em animes de alto orçamento atuais. Também conta com alguns momentos de trilha sonora bem original, com computação gráfica bem utilizada 15 anos antes da industria aprender a fazer isso direito e com... algumas das cenas mais visualmente épicas e impressionantes que já vi na vida em qualquer anime. O filme parece tropeçar ocasionalmente em todas as inovações que tenta, mas ainda assim o resultado final é um espetáculo visual que me pegou de surpresa, especialmente durante a ultima meia hora de filme (fiquei boquiaberto em alguns momentos).

A estória em si... É talvez meio clichê pra padrões atuais, apesar de que isso é justo pra um filme adaptado (com diferenças significativas) de um manga de 1949. E no começo te joga muito cego em meio a coisa toda ao ponto de gerar confusão, mas ainda assim é decente. Tem uns temas de luta de classes e tal, e debates sobre direitos de robôs que eram bem comuns à era de ouro da ficção cientifica.

Alias, o filme até conta com uma parceria entre um humano e um robô como dupla de detetives. Esse é um elemento central de "Cavernas de Aço", um dos grandes clássicos (de 1953) de ficção cientifica de Isaac Asimov, que eu justamente estou lendo recentemente.

Talvez alguns reparem que esse filme compartilha nome e alguns conceitos com um dos clássicos mais antigos de Hollywood "Metrópolis" (de 1927). Aparentemente Tezuka não havia assistido o filme ainda na época que escreveu o manga, contando apenas com uma imagem num artigo de revista como inspiração. Alguns elementos em comum a mais com o filme de 27 foram adicionados na adaptação para anime. Eu nunca vi o Metrópolis original, mas agora planejo ver.

No geral esse filme me surpreendeu bastante. Sua estória é interessante, apesar de rasa. E sua animação varia entre esquisita e sensacional. Talvez com tempo e esforço a mais esse filme poderia ter sido uma masterpiece que valesse um forte 9/10... Mas como acabou existindo, dou apenas 7/10. As cenas do climax eram tão fantásticas que quase dei um 8, mas não posso ignorar o quão pouco empolgado eu estava com a trama pela maior parte do longa.

Trailer:

39 - Dagger of Kamui
Diretor: Rintaro
Livro: Yano Tetsu
Estúdio: Madhouse
Ano: 1985
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Aventura, histórico, drama, fantasia
Duração: 132 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Um jovem garoto chamado Jiro encontra sua mãe e irmã mortas em casa. Falsamente acusado do crime, ele foge de seu vilarejo e encontra um sacerdote chamado Tenkai, que o convence a matar um ninja chamado Tarouza. Depois de cumprir a tarefa, Jiro passa por um treinamento para se tornar um mestre assassino. Muitos anos depois, Jiro descobre que ele era um órfão e o seu pai verdadeiro era Traouza, que havia trabalhado para Tenkai mas desertou de sua missão ao se apaixonar por uma mulher Ainu. O jovem ninja descobre que o Xogunato estava tentando encontrar o tesouro perdido do Capitão Kidd e usa-lo para novamente isolar o Japão do resto do mundo. Usando as pistas que Tarouza havia mantido em segredo, Jiro - junto com a ninja Oyuki e um escravo chamado Sam - viaja para a Russia e os Estados Unidos para procurar pelo tesouro com a esperança de usa-lo para se vingar de Tenkai.

Mais um filme que se passa na segunda metade do século 19 no Japão. Curioso. Esse também toca nos assuntos da colonização de Hokkaido por parte dos Japoneses, escravidão nas Américas, Bakumatsu, etc. Temas bastante interessantes de se abordar. Pena que é um lixo. Puro lixo.

Sério. É uma longa sequência de plot twists repentinos e sem importância envolvendo personagens extremamente rasos. O protagonista conhece um ninja, e depois descobre que na verdade era seu pai! Aí conhece uma ninja, que depois descobre ser sua irmã! E aí tem um velho mestre ninja, que depois descobre ser seu avô! A maioria desses plot twists tem ZERO consequências na estória e são esquecidos 10 segundos após ser revelados.

Alguns personagens tomam atitudes bizarras só pra adicionar mais um desafio para o protagonista enfrentar. Como cobrar o dobro do protagonista por contratar mercenários porque na verdade a ideia era usar metade desse dobro para doar mercenários para o inimigo do protagonista e assim fazer os dois times de mercenários se enfrentarem, por essencialmente motivo nenhum. Esse filme parece ter sido escrito por pessoas que tiveram muito contato com cinema, mas começaram a trabalhar com isso sem 1 segundo de reflexão sobre como faze-lo direito. É uma das estórias mais toscas e amadoras que já vi.

E é do mesmo diretor que o filme anterior, Metropolis... Como isso aconteceu então? Talvez o material-fonte, os livros de Yano Tetsui é que são a fonte desse horror? Nunca saberemos... porque eu não tenho interesse em pesquisar.

2/10. Só isso. Trailer abaixo:

38 - Dragon Ball Z Movie 12: Fukkatsu no Fusion!! Gokuu to Vegeta
Diretor: Yamauchi Shigeyasu
Manga: Toriyama Akira
Estúdio: Toey Animation
Ano: 1995
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Ação, Aventura, Comédia, Ficção Cientifica, Fantasia
Duração: 52 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Depois de um acidente, um zelador desavisado se transforma em Janemba, um demonio gordo e amarelo que causa destruição pelo mundo dos mortos. Goku esta competindo em um torneio de artes marciais para os mortos após sua heroica morte contra Cell. Logo, o caos criado por Janemba atrai a atenção de Goku e seu companheiro de batalha Paikuhan, forçando a dupla a descobrir um jeito de derrotar o monstro gigante.

Bizarro que eu esteja aqui, assistindo Dragon Ball Z. Não tenho um extremo desprezo pela franquia, mas não tenho essa paixão nostálgica que muitos da minha faixa etária tem. Mas o autor da lista que estou seguindo nesse desafio de 50 filmes parece adora-la, pois esse é apenas o primeiro de 4 filmes que verei esse ano que fazem parte da mesma.

Pelo menos é bem curto. Com 52 minutos, é essencialmente 2 episódios de anime juntos. Assim não conta com a interminável enrolação pela qual a série animada é famosa. Parecem ter usado orçamento equivalente a vários episódios também, pois as cenas com Janemba são mais caprichadas e criativas que qualquer coisa do anime... não o bastante pra ser particularmente bom para a época, apenas o bastante pra ser particularmente bom para Dragon Ball. Infelizmente parece que jogaram todo esse orçamento extra especificamente nas cenas de Janemba, pois todas as outras cenas que não o incluem são uma porcaria, algumas delas até drasticamente abaixo da qualidade tipica de DBZ.

A estória é básica, tipico da franquia. Isso até faz sentido, Dragon Ball Z sempre focou em ser apenas uma grande sucessão de lutas legais. Pena que a animação e o ritmo nunca estiveram a altura dessa premissa. Novamente, pelo menos é curto o bastante pra isso não se tornar irritante.

Não muito a dizer. 5/10. O estilo de luta de Janemba e ver Hitler ser aniquilado por crianças super-saiyajin impedem uma nota menor.

Trailer (fanmade e em inglês, mas e dai? Quer que eu faça o que?):

37 - Dragon Ball: Saikyou e no Michi
Diretor: Yamauchi Shigeyasu
Manga: Toriyama Akira
Estúdio: Toey Animation
Ano: 1996
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Ação, Aventura, Comédia, Ficção Cientifica, Fantasia, super poderes
Duração: 80 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Uma recontagem do começo de Dragon Ball com uma interpretação diferente dos momentos em que Goku, Bulma e o Mestre Kame se conheceram. Também reconta o arco do Exercito Red Ribbon.

Que horror.

Como a maioria das crianças, eu era fã de Dragon Ball Z quando bem novo. Diferente da maioria, eu achei Dragon Ball GT melhor que Z quando foi lançado. Assim como a maioria, eu nunca vi o Dragon Ball original, pré-Z. Mas tenho o entendimento que o GT pegou os elementos de aventura e comédia do original e misturou com as lutas de alto risco do Z, mas eliminando toda a enrolação... Mas também eliminando a maior parte da estupidez do Dragon Ball original.

É bom lembrar que Dragon Ball era originalmente um manga de ação com fortes elementos de sátira para com os animes shounen da época, como Hokuto no Ken. Esses animes apresentavam protagonistas invencíveis e sérios, e Dragon Ball apresentava um protagonista igualmente invencível, mas apenas uma criança e bastante estupida e cercada de humor. Então é justo eu reconhecer que boa parte dessa estupidez toda do roteiro é intencional, e que o autor definitivamente não imaginava que a série viria a ser tão longa e diferente em estilo no futuro.

É valido mencionar que hoje em dia não gosto muito da franquia. Então o filme não tem a opção de ganhar pontos comigo apresentando familiaridade em relação a elementos que eu talvez gostasse em Z ou GT. Tudo que fica visível é puro lixo.

Nem vou comentar na obsessão por humor sexual que Akira parecia ter no começo de Dragon Ball, o enredo por si só já é horrível. Os personagens são todos insuportáveis, a busca pelas Esferas é fácil demais... É mais um caso aqui nesse desafio de um filme compilando uma saga inteira, então isso é esperado.

É valido mencionar que Dragon Ball: Path to Power foi lançado no começo de 1996, pouco após o começo de Dragon Ball GT. Teoricamente o filme é uma comemoração dos 10 anos da franquia na TV, mas considerando que é um retorno à série original da qual GT tira elementos, e considerando que nesse filme o design de Goku é igual a como ele aparece em GT, fica claro que não passou de um esforço de marketing para a nova série da franquia.

3/10. Acredito que Dragon Ball e Dragon Ball Z não tem praticamente nada a oferecer para um espectador atual, mas esse filme consegue ser especialmente ruim em relação ao resto da franquia, comprimindo além do razoável um arco que já era um dos momentos menos interessantes do anime.

Trailer (em inglês):

36 - Patlabor: The Movie
Diretor: Oshii Mamoru
Manga: Yuki Masami
Estúdio: Studio Deen e I. G. Tatsunoko
Ano: 1989
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Drama, mecha, militar, policial
Duração: 98 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): No futuro próximo, grandes mechas chamados Labors são criados para ajudar em diversos projetos de construção em países ameaçados pelo aquecimento global. No Japão, o governo criou o Projeto Babilônia para reclamar terras para habitação. Labors também são usados para serviço policial e militar alem do uso civil.
No entanto, terroristas agora tentam usar labors para fazer suas reivindicações, assim como criminosos comuns e guerrilhas. A Agência Nacional de Policia estabeleceu a Divisão de Veículos Especiais, uma força-tarefa só de labors criada para combater o potencial uso dos mesmos para atividades criminosas ou terroristas.

Sempre acho interessante descobrir obras antigas que discutem futuras consequências da crise climática. Em 1989 a subida significativa do nível do mar, que esta recém começando agora em 2020, já era utilizada por Patlabor como crise para justificar certos elementos da trama. Hoje de alguma forma aquecimento global ainda não é consenso politico, nem perto.

Fora isso, não tem essencialmente nada de interessante nesse filme. É um filme de mechas, um gênero que em animes geralmente esta associado a batalhas intensas e/ou tramas politicas extensas. Patlabor não tem nada disso. O combate é quase não-existente no filme, e é feito com PISTOLAS GIGANTES. Não pistolas super tecnológicas e avançadas para robôs, não.. pistolas comuns com tambor de 6 balas, só que gigantes. Que patético. É um caso extremo de um síndrome comum em ficção cientifica fraca "Síndrome de Só-uma-tecnologia-avançou-no-futuro".

O filme em vez de aproveitar suas oportunidades foca numa investigação policial bem básica, que se prolonga ao mesmo tempo que não parece ser realmente muito difícil para os envolvidos. Foi meio demorado, mas eles simplesmente fizeram o obvio a cada passo da investigação e foram ajudados por 2 ou 3 epifanias básicas.

Os personagens são todos rasos demais, a trama é desinteressante, o combate é básico. É um filme que tem muito pouco a oferecer no geral. 5/10.

Pra ser justo, Patlabor é uma franquia relativamente grande. Esse filme é sequência de um OVA de 7 episódios, e ao longo de 15 anos após foram lançados mais dois filmes. Também tem os mangas que serviram de base pra adaptação, uma adaptação paralela em anime serializado para a TV, etc. Talvez outras partes da franquia sejam melhores, mas esse filme foi definitivamente uma introdução muito fraca a ela, para mim.

35 - Mind Game
Diretor: Yuasa Masaaki
Manga: Nishi Robin
Estúdio: Studio 4ºC
Ano: 2004
Publico Alvo: Seinen
Gêneros: Aventura, comédia, demência, psicológico, romance
Duração: 103 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Depois de vê-la pular para o trem no ultimo segundo e ficar com seu pé preso entre as portas, Nishi se reconecta com sua crush de ensino médio, Myon. Nishi esta certamente ainda apaixonado por ela, mas fica chocado ao aprender que ela esta noiva de outro homem. Nishi concorda em conhecer o noivo de Myon no restaurante da família dela, mas membros da Yakuza invadem o local e... Eu cortei essa sinopse. Cada plot twist absurdo é parte da absurdidade que compõe esse filme, acho que a sinopse do MAL estava entregando demais.
Esse é o filme de estreia do aclamado diretor Yuasa Masaaki, e seus elementos visuais em constante mudanças contam uma estória sobre viver uma vida sem arrependimentos que não se compara a nenhuma outra.

Eu... eu... eu... Nem sei o que raios dizer. Esse filme foi uma das obras de arte mais absurdas que já vi. Eu tradicionalmente gosto de obras estranhas e malucas, especialmente quanto não estão só tentando ser aleatórias sem bons motivos, e Mind Game é um exemplo extremo disso.

Eu acho que o filme é principalmente sobre não perder oportunidades na vida e sobre as muitas possibilidades que ela apresenta ou algo assim... Mas eu nem quero dizer mais nada. Esse filme é baseado num manga, mas apresenta claramente o estilo artístico e diretorial que víria a ser icônico por parte de Yuasa Masaaki: o estilo "vou fazer o que eu quiser e fodam-se os padrões da industria ou qualquer estilo que você esteja acostumado".

Devilman Crybaby provavelmente é a obra mais famosa de Yuasa no ocidente. É apenas mais uma de várias adaptações de um manga dos anos 70, então ele não teve todo o controle da estória, mas já conta claramente com partes de seu estilo visual. É uma versão bem "light" de Yuasa, no entanto. E o tipo de trama não encaixa no que ele costuma fazer quando tem controle narrativo, também. Talvez você goste, talvez não.

Eu vi Kaiba e The Tatami Galaxy no desafio de 60 animes, ambos são dele e os coloquei como 11º e 4º melhores respectivamente, daquele desafio.

Também é o diretor do famoso "Ping Pong The Animation", do anime original da Netflix "Japan Sinks 2020" que estréia no dia 09/07, e até foi um dos diretores convidados a dirigir episódios de "A Hora da Aventura".

Alguns outros animes dele já haviam me chamado atenção e eu havia adicionado à minha lista do Desafio de 10 Anos antes mesmo que saber que eram dele.

Sujeito fascinante. Acabei dedicando esse post todo a bajular ele porque assistir um de seus trabalhos mais antigo como diretor me levou a subitamente perceber quão grande coisa ele é. Me surpreendeu quase tanto quanto o filme me confundiu.

Desista, leitor, eu não vou falar nada de relevante sobre o filme em si. Apenas que é fantasticamente animado, extremamente único, e frequentemente incompreensível. 8/10.

Trailer (legendado em inglês):


...


Perai.


...


Eu geralmente não apoio aquela coisa do "não quero saber nada do filme, nem a sinopse, nem o trailer, nem nada".


...


Mas talvez seja adequado aqui? Eu não sei. Se alguém me recomendasse um filme dizendo que não devo ler a sinopse nem ver trailers, eu ignoraria totalmente essa sugestão e definitivamente leria sinopse e veria trailer.


...


Você que sabe. Talvez eu esteja criando hype demais ao induzir esse mistério, e você acabe até se decepcionando com o filme.


... Talvez decida considerando se já viu e gostou de alguma das outras obras do cara?


Lá vai:

34 - Vampire Hunter D
Diretor: Ashida Toyoo
Light Novel: Kikuchi Hideyuki
Estúdio: Ashi Productions
Ano: 1985
Publico Alvo: Seinen
Gêneros: Ação, ficção cientifica, horror, sobrenatural, vampiro
Duração: 80 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): 10 mil anos no futuro, o mundo se tornou um lugar muito diferente: monstros caminham pela Terra livremente, e as pessoas, apesar de equipadas com armas de alta tecnologia e cavalos cibernéticos, vivem uma vida humilde mais parecida com a de séculos no passado. A estória foca num pequeno vilarejo assolado pelos ataques de monstros e vivendo sob a sombra do domínio do Conde Magnus Lee, um poderoso lorde vampiro que governa essas terras por milhares de anos. Quando uma jovem garota é mordida pelo conde e escolhida como seu novo brinquedo, ela busca a ajuda de um estranho viajante, D. Por acaso D se revela um dos melhores caçadores de vampiros do mundo, e ele assume a responsabilidade de eliminar os muitos servos de Magnus Lee e encerrar a vida do Conde.


Mais lixo. Ruinzão mesmo, sem brincadeira. Eu não consigo imaginar o que leva alguém a por esse filme numa lista de "50 melhores filmes de anime não-Ghibli", pois eu não consigo ver nenhuma qualidade exceto pelo design legalzinho de 2 ou 3 monstros.

Trama genérica, donzelas em perigo recorrentemente, panty shots a cada 5 segundos num filme com tom sério, pqp. Não tenho muito o que dizer aqui, esse filme é, assim como Hokuto no Ken, um simbolo de uma fase patética e pouco esforçada da industria de animes. Não por acaso o diretor desse filme é o mesmo do anime de Hokuto no Ken.

O filme não tem quase nada a oferecer, é um 3/10, e não menos que isso simplesmente por não ser particularmente irritante e não ser muito longo.

É surpreendente como alguns desses filmes são tão vazios que eu escrevo mais na sinopse que em meus comentários pessoais.

Trailer (em japonês sem legendas):

32 - Spriggan
Diretor: Kawasaki Hirotsugu
Manga: Takashige Hiroshi
Estúdio: Studio 4ºC
Ano: 1998
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Aventura, militar, ficção cientifica.
Duração: 90 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Nas montanhas Ararat na Turquia, uma organização secreta conhecida como ARCAM encontrou o que eles acreditam ser a Arca de Noé. No entanto, a U.S. Machine Corps, uma organização comandada pelo Pentágono, quer tomar controle da Arca para obter supremacia global. Apenas os agentes especiais da ARCAM conhecidos como Spriggan estão no caminho deles. O Spriggan japones Ominae Yu se junta ao Spriggan francês Jean-Jacques Mondo para combater os membros da U.S. Machine Corps., liderada pelo Coronel MacDougall - um garoto geneticamente aprimorado com poderosos poderes psíquicos. No entanto, eles devem agir rápido e parar MacDougall antes que ele use a Arca para seus próprios fins.


Esse filme não tem essencialmente nenhuma personalidade. Não se destaca em qualidade em nada, apesar de também não ser particularmente ruim em nada (exceto talvez em seus personagens). É o mediano do mediano.

Ele to joga no meio da trama e dos personagens como se você já devesse conhecer a estória. O elenco claramente tem vidas maiores e mais interessantes, mas o filme não mostra nada, absolutamente nada que possa servir como aprofundamento ou desenvolvimento de personagem. Mesmo os conflitos que ocorrem fazem parecer que esse filme é um resumo da metade ate o final de um anime maior, em vez de uma obra por si só. É bem possível que algo assim seja o caso, pesquisei um pouco sobre o manga que serviu de base para o filme e parece que muita, muita coisa foi cortada.

Uma coisa que me chamou alguma atenção é o fato de que, sem nenhuma ambiguidade, o governo dos Estados Unidos tem um papel central de vilão da trama, de maneira tão caricata quanto diversas obras mais antigas americanas com nazistas ou soviéticos como vilões. Tipo... os dois capangas principais dos inimigos se chamam "Little Boy" e "Fat Man" que são os nomes das duas bombas nucleares lançadas pelos EUA sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial... E o líder deles se chama "MacDougall" o que talvez seja uma referência ao General Americano da Guerra no Pacífico "Douglas MacArthur"? Não é nada muito discreto, não.

Mas fora essa postura escolha inusitada de inimigos, o filme não tem realmente nada a oferecer de interessante. 5/10.

Trailer:

31 - Jobanni no Shima
Diretor: Nishikubo Mizuho
Estúdio: Production I.G
Ano: 2014
Publico Alvo: Seinen
Gêneros: Drama, histórico
Duração: 102 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Como consequência do conflito mais devastador pelo qual a humanidade já passou, a pequena ilha de Shikotan se tornou parte do Oblast de Sakhalin na União Soviética... e nesse canto remoto do mundo, uma amizade entre crianças de dois países diferentes timidamente floresceu, lutando para vencer barreiras de linguagem e os ecos da historia. Inspirado em eventos reais.
"No dia 15 de agosto, eles nos disseram que nós perdemos a guerra. Na hora, nós não realmente entendemos. Então um dia, tudo mudou. Muitos soldados, usando uniformes que nós nunca havíamos visto antes, chegaram na ilha. Esse foi o dia em que conheci Tanya."


Estou adorando quantos filmes com elementos históricos sobre o Japão tem nessa lista. Dá quase pra começar a reconstruir a trajetória do país entre a chegada dos navios americanos em 1953 e a derrota do imperialismo japonês nos anos 40. Esse filme especificamente aborda um tema que de fato importa para o Japão como entidade politica, mas é no geral bastante desconhecido pela maioria das pessoas e eu imaginaria que até a maioria dos japoneses entende pouco sobre o assunto: a perda de algumas ilhas ao norte para os a URSS no final de Segunda Guerra e o subsequente debate de soberania que continua até hoje entre Japão e Russia e que os impede de assinar um tratado de paz definitivo em relação à Segunda Guerra Mundial.

Apesar da temática histórica, o filme foca em algumas crianças e sua família, imagino que todos personagens fictícios encaixados nas brechas desconhecidas da historia real (não achei nada que indicasse que são reais). E também na relação dessas crianças com a filha de um dos oficiais soviéticos que ocupou a ilha.

Duas coisas me surpreenderam no filme. A primeira é como os soldados soviéticos não são retratados como desnecessariamente cruéis ou opressivos, e do começo ao final do filme a amizade entre japoneses e russos é retratada como algo possível e até mesmo fácil e bonito. Não que seja tudo lindo: obviamente é uma guerra, e pessoas morrem, ou tem suas vidas completamente arruinadas ao serem forçadas a abandonar suas terras natais. Mas os invasores não foram estereotipados como vilões cartunescos, o que é marcante. O filme tem um notável tom conciliatório ao tratar de territórios disputados entre duas grandes nações.

E falando em tom conciliatório e amizade entre japoneses e russos, o filme também me marcou no quão emotivo ele é. Em menos de quarenta minutos houve uma cena de confraternização entre as crianças das duas nações que quase me fez chorar de tão bonita (adoro globalização), e não é como se eu fosse super sensível a essas coisas. O filme também termina com uma cena super bonita do tipo, mas dessa vez carregada com um certo pesar e luto em relação à coisas perdidas no passado e... não posso dar mais detalhes, mas o final me destruiu. Me deixou bastante deprimido pelo resto do dia, tendo acertado em cheio alguns dos meus pontos fracos emocionais.

Esse final me afetando tão pessoalmente pôs uma leve mancha negativa no filme que acaba me forçando a dar não um 8, mas um 7/10 como nota. Ainda recomendo que vejam, no geral.

O filme também faz constantes referências ao livro "Viagem Noturna no Trem da Via Láctea", sobre o qual já vi referências antes em outras obras japonesas, então decidi adiciona-lo na minha lista.

Trailer (legendado em inglês):

30 - Dragon Ball Special 1: Tatta Hitori no Saishuu Kessen
Diretor: Nishio Daisuke
Manga: Toriyama Akira
Estúdio: Toey Animation
Ano: 1990
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Aventura, Comédia, Ficção Cientifica, Fantasia, super poderes
Duração: 47 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Bardock, o pai de Goku, é um soldado sayajin de classe baixa que recebeu do ultimo alienígena vivo em um planeta que ele destruiu o poder de ver o futuro. Ele antevê a destruição de sua raça e agora deve fazer o seu melhor para parar o massacre de Frieza.

Mas que merda, quanto Dragon Ball eu vou ter que ver nesse desafio?

Não tem conteúdo nenhum aqui. As lutas são fracas e desequilibradas demais para gerar tensão, alem de repetitivas. O episódio é essencialmente um flashback grande na mesma baixa qualidade padrão do restante de DBZ.


Bem chatinho, 3/10

Trailer (em inglês):

28 - Nekojiru-sou
Diretor: Satou Tatsuo
Manga: Nekojiru
Estúdio: J.C.Staff
Ano: 2001
Publico Alvo: Seinen?
Gêneros: Comédia, psicológico, demencia.
Duração: 32 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): O personagem principal, um gato chamado Nyatto, embarca numa jornada para salvar a alma de sua irmã, que foi partida em dois quando Nyatto tentou salva-la da Morte. A irmã o acompanha, como um zumbi. Eles encontram muitas situações brilhantes e absurdas, começando com um show de mágica perturbador.

Caramba, caramba, caramba. Não vou falar quase nada aqui. Não da pra fingir que entendi qualquer coisa disso aqui. É puro caos e absurdo, insanidade.

E é divertidinho nisso. Recomendo que assistam. 6/10.

Já vi muito anime absurdo nesses últimos anos de desafios, mas esse ainda assim se destaca.


Trailer:

27 - Steamboy
Diretor: Otomo Katsuhiro
Estúdio: Sunrise
Ano: 2004
Publico Alvo: Shounen
Gêneros: Ação, militar, ficção cientifica, aventura, histórico, drama
Duração: 126 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Ray é um jovem inventor prodígio vivendo na Inglaterra vitoriana. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ele recebe uma entrega especial dos Estados Unidos, enviada por seu avô, Lloyd Steam. O pacote contem um aparelho chamado "Steam Ball", um dispositivo tão poderoso que pode carregar qualquer maquina que requer vapor com uma quantidade quase ilimitada de energia. Ray é instruído a não deixar a Steam Ball cair nas mãos erradas, o que inclui a poderosa Fundação O'Hara, que desesperadamente quer trazer a Steam Ball de volta a seu controle para que eles possam atingir seus objetivos nada nobres. Ele vai precisar usar toda a sua genialidade para escapar dos incontáveis capangas que são enviados para tomar o aparelho dele. Será uma batalha entre bem e mal, uma batalha pela redenção, uma batalha pelo futuro!

Esse filme é do mesmo diretor do famosissimo "Akira". Mas diferente daquele, esse não é uma adaptação, mas sim uma obra original. Acho que isso não deu tão certo.

O filme é divertidinho, mas acho que gasta esforço demais criando inúmeros aparelhos steam punk vitorianos interessantes (e de fato interessantes visualmente), do que realmente contando uma estória legal. A trama é um clichê de "macguffin que é uma fonte de energia super poderosa que deve ser mantida fora das mãos erradas", e a maioria dos personagens não tem realmente nada a oferecer. Exceto Scarlet, claro... ela é ótima, uma das melhores iterações da "menina mimada" que já vi num longa metragem.

Também é um pouco longo demais para a estória relativamente simples que tem a contar. Algo que me chamou atenção foram as concept arts durante os créditos finais, passando a impressão de que historia do protagonista Ray como herói continuaria por muitos anos ainda. Em outros aspectos o filme também deixou ganchos para possíveis continuações... parece que não deu lucro o bastante pra isso.

Acho que deveria ter sido um anime serializado, assim poderia ter gasto tanto tempo quanto de fato gastou com geringonças steam punk, e ainda acrescentar tempo extra explorando direito os personagens, e ainda ficaria mais fácil criar as sequências.

Por outro lado, obviamente um anime serializado dificilmente teria o orçamento necessário para o aspecto visual super elaborado e bem animado que o filme tem. Talvez esse projeto simplesmente tenha sido executado muito cedo.

Steamboy é bonzinho, e só. 6/10

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26 - Byousoku 5 Centimeter
Diretor: Shinkai Makoto
Estúdio: CoMix Wave Films, inc.
Ano: 2007
Publico Alvo: Seinen
Gêneros: Drama, romance, slice of life.
Duração: 65 minutos
Sinopse (fonte: MyAnimeList): O que acontece quando duas pessoas se amam mas não estão destinadas a ficar juntas? Toono Takaki e Shinohara Akari são amigos de infância, mas circunstâncias além de seu controle os afastam. Eles prometem se manter em contato, e apesar do tempo aumentar a distância entre eles, a sequência de memórias permanece sempre presente.
Byousoku 5 Centimeter é um drama romântico que foca na mundana e dura realidade dos relacionamentos a distancia. Presos no passado e incapazes de criar novas memórias, Takaki e Akari se apegam à esperança de se ver novamente. Eles vivem todos os dias sem entusiasmos, ambos se machucando e às pessoas ao redor deles.


Esse é um filme popular do Shinkai Makoto. É um diretor muito famoso por filmes com fotografia e coloração bonitas, e por serem muito emocionantes. O mais famoso deles é o "Your Name".

Mas francamente, 5 Centímetros por Segundo é bem medíocre. Exagera na negatividade ao ponto de se reduzir a misery porn. Os personagens não tem desenvolvimento nem aprofundamento (exceto a Kanae, na segunda parte0, a relação do par romântico não é nada aprofundada, não fazemos ideia do que eles gostam um no outro... E o filme como um todo é um grande crescendo de solidão e desespero.

Numa tentativa absurda de retratar o lado negativo de um relacionamento a distancia, o roteiro retrata o cenário mais sem noção possível. Amigos de infância que são afastados pela vida aparentemente na pré-adolescência, mas que continuam obcecados um pelo outro até a vida adulta, se limitando social e romanticamente num nível excepcional. Não existe lição a ser aprendida nem desenvolvimento de nada. É pura miséria forçada pelo roteiro. O filme assim acaba falhando totalmente em ser um retrato de uma versão possível de amor jovem ou de amor à distancia.

O filme ainda é bem bonito esteticamente, claro. E a sequência musical no final é bonita mesmo ao ser usada para concluir tão toscamente o filme.

No fim é uma obra medíocre no geral. 5/10

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25 - Rurouni Kenshin: Trust and Betrayal
Diretor: Furuhashi Kazuhiro
Manga: Watsuki Nobuhiro
Estúdio: Studio Deen
Ano: 1999
Publico Alvo: Seinen
Gêneros: Ação, histórico, drama, romance, artes marciais, samurai.
Duração: 4 episódios de 30 minutos cada.
Sinopse (fonte: MyAnimeList): Quando a selvageria da humanidade ultrapassa o medo da morte, existe pouca esperança para aqueles que desejam viver vidas honestas. Debaixo de uma Lua cheia, um jovem garoto testemunha o massacre dos bandidos que o haviam escravizado, e então é rebatizado pelo homem que o resgatou. O garoto é Shinta, agora conhecido como Himura Kenshin, e ele esta destinado a se tornar um espadachim. A suavidade de seu coração não combina com sua ocupação, mas seu desejo de proteger os inocentes é absoluto.
Rurouni Kenshin: Trust and Betrayal, detalha as origens do homem que viria a ter o nome de Battousai muito antes dele fazer seu juramento de nunca mais matar, e antes dele obter sua reputação como assassino. O coração do jovem esta dividido entre a justiça e a corrupção, enquanto o destino da nação depende de suas ações.


Outro que não é um filme, mas sim uma minissérie de OVAs. É bem mais séria e sangrenta que a série principal do anime, e também tem um estilo de arte diferente (melhor, eu diria).

Me atrai pelo meu fascínio desse período da historia japonesa, que já comentei bastante nos textos desse desafio. Também me atrai por eu gostar tanto dos personagens de Rurouni Kenshin. Me importo bastante com eles e a dor de Kenshin tanto nesses OVAs quanto na série principal é bem real para mim.

Mas o enredo é fraquinho, meio forçado. E sofre do mesmo erro que a maioria dos fillers de Rurouni Kenshin sofrem, apesar de não ser um filler: não tem nenhum combate sério. Não tem nenhum oponente à altura de Kenshin, e apesar de que ele de fato tem sérias dificuldades com alguns inimigos no episódio 4, isso ocorre de maneira bem... forçada, pelo roteiro. Estórias secundárias com origens de personagens com combates decepcionantes parecem ser um tema recorrente nesse desafio.

No geral, o enredo todo depende demais de Kenshin, e de uma ou outra aparição de Saitou. Os personagens já estabelecidos da franquia carregam o OVA nas costas. Uma pena.

Ainda assim é bonzinho. Um fácil 6/10. Se tu gosta bastante de Rurouni Kenshin, certamente faz sentido assistir.

Trailer: