Anomalia Zero
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Floresta

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Mensagem por Tomate Qua 08 Fev 2017, 02:50

Desculpem pelo atraso de novos textos e/ou contos. Abaixo, como sempre, onde você encontrará novos capítulos. Não prometo nada dessa vez, mas alguns capítulos talvez.

Prólogo: Fim
Capítulo 1: 3650

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Prólogo - Fim


A fileira com centena de milhares de homens coelhos era trazida. Haviam muitos mais do que haviam dito e, talvez agora, essa guerra tivesse um sentido. Como tanta gente cabia em uma cidade? Ainda mais em uma cidade subterrânea? Uma mulher olhou para o tenente. Os seus dois dentes grandes saíram da boca e junto com isso um cuspe violento no rosto. Em seguida, um soco e uma rasteira a fez cair. Do seu lado direito, um dos seus homens com uma enorme juba fazia questão de ser notado.

Talvez ela não merecesse a surra que levaria em alguns segundos. Conseguiu ouvir o barulho do seu nariz se rompendo e depois um grito muito alto. Alto o suficiente para perturba-lo e não tão alto para algumas pessoas de trás não escutarem muita coisa, apenas confundindo com outra criança.

- Vocês, leões, são todos sujos! Leão, coruja e camelo! Que vão a merda vocês todos! – e quando concluiu a frase, um chute no seu estômago veio de mais um soldado ao seu lado

- Basta. Leve essa mulher direto à câmara de gás.

O cheiro de suor, sujeira e sangue infestavam a noite de lua cheia. A lua clareava o meio da noite. Patrulhava e monitorava o máximo do movimento possível. Era muitos coelhos; escutava que ainda haviam muitos escondidos e que outros haviam corrido para a cidade dos sempre pacíficos homens-cabra. A ordem era que os homens-cabras eram pacíficos e que a guerra não devia ser declarada contra eles. Se houvesse guerra, a dizimação contra os cabras seria iminente assim como estava acontecendo com os coelhos e tinha acontecido com a população de ursos.

Entrou na sala de comando e muitos comemoravam a vitória contra os coelhos, faltavam poucos lugares na guerra que ainda estavam sendo travados, mas com Cevilia capturada não haveria mais tanta resistência. A guerra havia, finalmente, terminado. Tinham sido dez anos de suor, determinação e família.

Tinha orgulho de ser leão.


Última edição por Tomate em Sáb 25 Mar 2017, 22:47, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Indicando que é um prólogo)
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Mensagem por Thear Qua 08 Fev 2017, 20:50

... Wat?

Certo, isso é estranho. Continue, por favor.

E me explique de onde raios veio essa ideia =D
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Floresta Empty Capítulo 1 - 3650

Mensagem por Tomate Dom 19 Mar 2017, 15:28

3650


O cheiro de chuva com grama invadiu seu apurado nariz. A carroça se mexia bruscamente na estrada machucando suas mãos e pés amarrados pela corda. Conseguia sentir que a chuva aumentaria bastante no tempo, o cheiro dizia isso e a floresta também se transformava em outra com a escuridão que a emergia. Tinha sido aquela chuva frequente durante os últimos dias que estavam na estrada e não aguentava mais a dor que tinha em seus membros, nem lembrava como era tê-los a disposição. Para um coelho, ficar preso era doentio e torturante. Tentava não lembrar que estava preso, mas toda vez que via o sol lá fora, lembrava-se como era bom correr ao ar livre com seus irmãos.

O dono da carroça a conduzia com olhar de desprezo para o começo dos pingos noturnos e o vento gelado que começava. Parecia que não se importava com o começo do outono gelado já que sua postura permanecia imóvel com a de três semanas atrás.

- Vai chover muito, acho melhor pararmos – a sua voz saiu falhada e dolorosa

O nariz reto e declinado de cabra virou primeiro que o resto do rosto. E então depois vieram os olhos redondos que sempre pareciam cercados de tristeza, mas quando olhavam ao garoto pareciam permeados de ódio. Os segundos que olhou ao garoto um trovão caiu em suas costas e fez com que seu rosto ficasse totalmente iluminado. Havia ódio e desesperança que assustou ao coelho, fazia tempo que não via tal expressão facial. A cabra virou o rosto como se nada tivesse escutado.  

“Talvez ele não seja tão inerte a mudança de clima”

Tentou se arrumar um pouco mais na sua cama de madeira e feno, mas assim que levantou suas costas as suas pernas logo se retorceram e voltou a cair, ficando mais desconfortável do que antes. Pensou em chorar, mas não era aquilo que disseram para fazer caso estivesse em perigo. Quando tentou ignorar a dor, uma enorme câimbra inundou sua perna e teve vontade de gritar; talvez tenha gritado e não tenha escutado já que a chuva começou repentinamente a ficar mais forte. Mas, segundos depois, percebeu que estava gritando e a cabra estava em cima dele para que ficasse quieto e parasse de gritar.

- Cale-se! Se houverem corujas por perto e verem um coelho comigo o que hão de pensar? Inútil! – E então veio um soco no meio das suas coxas que ampliou ainda mais a dor, mas sabia que não poderia voltar a gritar e então sentiu a água escorrendo mais forte em seu rosto

A noite caiu ao oposto da chuva. A tempestade ficava pior a cada hora e a lua parecia que não saia do lugar. Talvez estivesse delirando sobre tal demora ou estava demorando muito mesmo. E então a carroça parou bruscamente. Tentou erguer sua cabeça para ver o que estava acontecendo e, de relance, conseguiu ver luzes quadradas. Uma casa, pensou rapidamente. E então viu a cabra olhando para si do mesmo jeito que olhou quando o havia capturado, com um sorriso no rosto.

- Agora não sentirá mais frio – o coelho não teve tempo de perguntar quando uma sombra negra passou pelos seus olhos e uma coberta molhada e gelada o encobrira totalmente

Sentiu raiva. Ao se levantar sentiu novas dores e ouviu uma risada tão ecoada quanto a chuva. Gritou o que já tinha gritado algum tempo atrás àquele homem.

- Cabras! Pensei que fossem racionais e pacíficas. Você é nojento, filho da puta!

-- Já te disse garoto: eu pensei que coelhos viessem a dezenas, mas encontrei apenas você e aquela garota idiota. Uma pena apenas um ter a sorte de ter vindo comigo.

Camille, pensou tentando dar um alerta a ela, mas lembrou que ela deveria estar bem junto com os outros. Aquele dia ensolarado estava tão bom, ambos estavam se amando ao pôr do sol e juravam coisas impossíveis nos dias atuais para um coelho. Seja uma vida próspera ou um lugar pacífico para coelhos em algum lugar distante. Mas via como tinha sido tolo algumas horas depois, enquanto ambos voltavam para suas casas e uma cabra aparecia com uma arma na mão. Os dois não avistavam um animal de outra espécie há anos.

- Os dois vão comigo – tinha dito, enquanto a arma era mirada tremulamente em sua amada

- Calma! O senhor precisa de comida? Não temos muita, mas deve ser o suficiente. Caso queira abrigo também temos.

E permaneceu calado por segundos inacabáveis.

- Vocês vão... vão... comigo! – Ouviu um pequeno clique na arma e conseguiu sentir o cheiro da pólvora sendo preparada lá dentro. Tinha percebido como seu faro era muito melhor do que de outros coelhos e muitas vezes melhor quando estava em apuros.

- Sei que o senhor não quer...

Não teve tempo de terminar a frase. A arma disparou e atingiu a perna de Camille. Suas pernas arquearam e caíram no chão. Tentou ajudar o máximo que pôde, mas viu que a cabra atrás dele preparava um novo tiro; mas sentia que não atirava para matar, mas sim para ambos se renderem. Enquanto tinha aquele momento, sussurrou algo no ouvido de Camille, ela lançou um olhar de desespero e medo, talvez teria dado um beijo ou gritar que a ideia era estúpida e se tivesse feito algum dos dois tudo teria sido diferente. Mas ocorreu tudo tão rápido.

Se lançou em cima daquela cabra e sentiu o cheiro de sangue atrás dele correndo para o lugar planejado. Ficou feliz por ter conseguido distrair a cabra. Foi quando sua felicidade acabou. A cabra era muito mais forte e logo estava-o desarmando. A arma estava em sua cabeça e naquele momento desejava não ter morrido, mas agora sabia que preferia estar morto. O seu plano tinha dado meio certo e o meio errado quase custara sua vida e, naquele momento, não sabia que custaria sua liberdade.
Ouvia um barulho estranha vindo da casa e conseguia sentir um cheiro bom. Parecia guisado de algum animal, só esperava que não fosse de coelho. O seu estômago roncou e se lembrou que só comia pão seco e velho nos últimos dias; todas as vilas que passava aquela coberta imunda ia por cima de sua cabeça e uma mordaça também. Estranhava não estar com a mordaça no momento, mas sabia que não adiantaria em nada gritar já que a chuva estava muito mais alta

“E estou longe também. Não adiantaria”

Pensou, por um milésimo de segundo, que podia tentar sair dali e pedir ajuda dentro da cabana.

“E se houverem corujas e leões do império? Seria pior para mim.... Uma morte mais cruel e lenta que essa, quem sabe. E, se eu me levantasse, talvez morresse só de tentar chegar lá.”

Já havia pensado diversas vezes em se matar, mas toda vez que a oportunidade fosse real tinha medo e sentia suas orelhas tremerem. Cheiro de sangue invadia seu nariz junto com o fedor da coberta com chuva.

“Minha perna deve estar sangrando”

Percebeu que não era aquilo. O cheiro não vinha da carroça, mas daquele casebre. O cheiro de guisado tinha sido substituído por sangue jorrando de algum lugar ou de alguém. Quando se concentrou mais um pouco, ouviu o barulho de tiros e coisas se quebrando. A chuva e o vento aumentaram. Trovões, tiros e insultos. E, de repente, parecia que tudo tinha sumido exceto a tempestade. Essa é minha chance , e tentou ao máximo fazer com que as cordas se desenrolassem de suas mãos e pés. Não conseguia e pensou que deveria morrer ali, só no meio da floresta e com frio.

Fechou os olhos para se lastimar e escutou passos. A coberta se levantou e outro trovão caiu.


Última edição por Tomate em Sáb 25 Mar 2017, 22:48, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Indicando capítulo)
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Mensagem por Thear Dom 19 Mar 2017, 15:45

Ok, esse já foi bem mais completo que o anterior. Gostei mais. Mas vejo que ainda é só uma introdução, e parece uma historia relativamente longa. Espero que consiga continuar ate o final =D
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