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Jurassic World - Que Saudades do Parquinho

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Mensagem por Zé Joelho Sex 14 Set 2018, 16:26

Jurassic World
ou
Hollywood nunca disfarçou sua sede
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O parque acabou fazem 25 anos



Muitos críticos, apreciadores e mesmo pessoas não ligadas ao cinema já disseram o quanto "Jurassic Park" foi uma mudança na apreciação dos filmes; o quanto expandiu expectativas e possibilidades. Particularmente posso dizer que pra mim também foi uma loucura, junto a "Matrix", os dinos explodiram nossas cabeças. O Dinossauro tava lá, andando, "rugindo" e... atacando todo mundo. Isso era mágico! (Os efeitos, quero dizer)

A mania dino era tão forte que eu lembro de adorar suas sequências "O Mundo Perdido" (ou "Rex vai à cidade pegar seu filho na creche") e "Jurassic Park 3" (ou "Crianças hoje em dia são bem espertas" - ou até "GRITAR PARA NÃO NOS OUVIREM"). Revendo-os hoje de fato são bem inferiores que o primeiro, mas cada um tem cenas ainda sim interessantes. Ou talvez eu não queira que minha criança interior esteja errada.

Porém hoje eu quero falar da continuação pros tempos atuais que são: "Jurassic World" (ou "Dessa Vez Vai Dar Certo...") e "Jurassic World Reino Ameaçado" (ou "Quem se importa? Bora fazer outro"). Não é novidade para ninguém que essas sequências -incluindo as antigas citadas no parágrafo anterior - são tentativas de lucrar mais e mais em cima de uma propriedade intelectual; o primeiro filme também foi, de fato, porém sempre há um tom de experimentação e aventura em conteúdos originais que poucas vezes sobrevivem à essas explorações da indústria.

O primeiro filme World já teve um desafio enorme que era convencer o público que teria uma história após as falhas dos antigos; e pior: ainda com o argumento de criar outro parque. Que governo ou apoio popular iria apoiar algo assim? E ainda ir no parque?? Pois o filme já falha miseravelmente em nos convencer que isso aconteceu, então todo o resto já fico meio superficial. Mas não para por aí...
Há um segundo argumento - que de fato vem ocorrendo na vida real e é de fato interessante - é que o parque é para apreciação, porém ocorrem pesquisas de comportamento dos animais, da biologia em geral e a continuação do estudo de genoma. O problema é que o "governo e o exército" estariam querendo... Dinossauros para guerra(?). Já existem drones, carros que voam e viram submarinos, armas que perfuram blindados e bombas capazes de acabar com cidades e o governo vai investir em animais que, por mais treinados que sejam, podem ser exterminados a distância? Que podem acabar tornando-se contra os domadores e os matando? E não ia ficar na cara que o único país que tem acesso a dinossauros foi o causador de um ataque com dinossauros?
Talvez pior: Os cientistas criam dinossauros cada vez mais assustadores para atrair o público, lucrar mais. E então criam um que se camufla? Mas... Daí não vão... vê-lo... Gente...

A ameaça camuflada nova tem uma inteligência de golfinho: ele aprende, faz táticas e mata por diversão (não confio em golfinhos, mas os acho bonitos) e isso de aumentar a inteligencia do animal a esses níveis é meio dificil de engolir, principalmente com os raptors que viram os Heróis da história. Ah! E pior! O T-Rex que alcançava carros, botava medo em todo mundo, vira anti-herói também, fazendo time com raptor.

Os personagens humanos são mais e mais estereotipados e vazios; não causam empatia - ao contrário: dão raiva várias vezes. O que fazer quando não enxerga um animal super perigoso e camuflado? Abre a gaiola e entra lá a pé mesmo. Não tem nem o que falar dos personagens, sinceramente. O que me fez gostar dos jurassic 2 e 3 antigos foi terem dinos sim, concordo, mas não era o mesmo encantamento do primeiro e, de alguma forma, conseguiam manter uma mitologia parecida, um clima, mesmo que pouco.

E então chego em World 2... sim já cheguei. O primeiro é uma decepção e o segundo é até melhor, mas parece um esforço para que você comece a detestar filmes de jurassic.

A primeira grande diferença de World 2 para o primeiro é o tom. É um filme que parece ter mais "estilo" que seu antecessor, que tenta até corrigir idiotices d'outro. Mas a história e os personagens... Vamos pelos personagens: apenas o personagem do nerd (que é muito estereotipado mds) é ok e o personagem do velho magnata é bacana (mas por causa do ator), de resto eu chegava a torcer que morressem. Por vezes eu ficava até com vergonha alheia e entendam: Eu não sou grande ator, nem é minha proposta, mas sinto que falta uma certa noção na hora de dizer "esse take está bom" ou mesmo de chamar atores. O Chris Pratt é totalmente de comédia - o único filme que assisti dele que não era comédia foi "Her" e... ele é o engraçadinho cara legal - não dá para colocar de protagonista sem expressão em um filme onde o tema, o tom, é suspense com aventura.

A história melhorou um pouco: conseguimos sentir empatia por dinossauros que inclusive matam gente. O trabalho foi bem feito no nível que eu quase chorei de verdade - uma cena em especial é de partir o coração. O filme trata mais da responsabilidade que foi trazer esses bichos de volta, onde coloca-los, qual a diferença de importância para eles e bichos em extinção que são naturais de nosso tempo, como a genética pode afetar postivia e negativamente o meio ambiente e nós... Viu como tem bastante assunto interessante? Inclusive que foram completamente esquecidos nos filmes anteriores. O primeiro (de 93) até chega a passar perto dessas questões e tem cenas até que informativas.
Como devem imaginar pelas minhas críticas: Por mais que o roteiro traga essas propostas e o diretor tente contar essa história com estilo diferenciado, não funciona. Tem muita sorte no filme, muito "porque sim".

O Primeiro Jurassic mostrava que os humanos estavam tão cheios de si que subestimavam o poder da natureza e as chances de dar m****. Os funcionários reclamavam do pouco pagamento, pouca equipe, equipamentos insuficientes em caso de problemas e o maior fator que lideram tudo isso: A ganância. O dono do parque não queria gastar tanto, mas queria criar os bichos. O funcionário mal pago queria bem mais dinheiro e acaba comprometendo a segurança de todos, mesmo com um imprevisto mortal. E claro havia a tempestade que transformava tudo em um caos. Ah, lembrem que o filme começa com o Dono do Parque indo "comprar" o aval de segurança dos dois arqueólogos que participam do restante do filme. Interessante, não?

A fotografia melhora também. O World 1 era muito superficial. Já o World 2... é também, porém tem seus momentos.
Os efeitos é que não sei descrever bem. Até hoje os primeiros 3 parecem bem mais "reais" que os novos. Atualmente todos os animais são feitos no computador - inclusive uma cabra. Nos velhos era uma mistura de efeitos com robôs que simulavam os animais.

Não vale a pena assistir. Talvez o segundo (e nem precisa ver o primeiro pra entender) pelos temas citados acima. Então por que exatamente fazer este tópico?

Compor um argumento e fazer debates com vocês do fórum. É interessante que abordem objetos de entretenimento antigos com novos olhos, que se façam sequências para a história ser bem trabalhada. É interessante também filme mais leves que se veja pela ação ou pelo ânimo (uma prova disso é o novo "Jumanji"). Porém o problema disso tudo é como tratam não só os filmes e franquias, mas seus criadores e seus apreciadores.
Quantos projetos ótimos não foram engavetados por falta de investimento ou medo de desinteresse do público? E quantos viraram ótimos filmes surpreendendo positiva ou negativamente as produtoras? Talvez a forma que consumimos esteja dificultando a criação das coisas. Falo isso de modo geral mesmo.
Quantos fazem questão de ir no cinema hoje em dia? E quantos conseguem pagar pra ir ver os filmes no cinema? E como demonstramos que gostamos de algo? O quanto a produção de filmes está ficando dependente de que materiais que rendam produtos por fora? (seja mercadorias temáticas, séries e livros que se retroalimentem)
Como ter coragem de arriscar em um mercado cada vez mais protecionista, viciado e monopolizado?

Se apropriem de seus gostos e debatam as possibilidades e os projetos de ação e mudança.
Abraços
Zé Joelho
Zé Joelho

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