Passageiros

Quando experimentamos a aventura de Passageiros é um mergulho delicioso no espaço: parece que tem bastante conteúdo, mas é apenas vazio.

Quando entrei na sala do cinema para assistir o filme, esperava algo com bastante ação devido aos trailers mas o que encontrei, desde o seu início, foi uma experiência de um naufrágio interestelar onde o personagem de Chris Pratt, Jim, acorda 90 anos antes de sua hibernação terminar e se vê em uma situação desesperadora devido essa pane na nave.

O filme tem um enredo interessante mas se perde quando não ousa e nem se interessa em explorar mais seu personagem principal, apenas colocando-o na situação e aborda como qualquer filme faria: a sensação de solidão e desespero, nada mais. Senti falta de flashbacks, monólogos ou algo que fizesse o personagem não parecer tão insignificante à obra. Não há aprofundamento nenhum na vida do personagem ou qualquer tipo de monólogo. Nem mesmo o personagem Arthur, de Michael Sheen, é aproveitado enquanto Jim está sozinho na enorme nave. O personagem de Arthur é apenas sarcástico e ácido com a personagem principal, nada mais aprofundado parecendo que ambos eram robôs.

A trama fica arrastada até o meio do filme onde entra a glamorosa e bela Jennifer Lawnrece com a personagem Aurora. É claro, a explicação e inserção de Aurora é totalmente justificável de forma boba no filme e parece até um “match” no Tinder. O filme começa a se mover mais rápido, já que há a inserção de um personagem humano e parece que os roteiristas souberam mover melhor as peças com a inserção de Aurora; até Arthur parece que ganha mais vida.



O filme, a partir desse ponto, começa a ganhar ritmo acelerado, mais diálogos (não escrevi melhores) e uma pitada de tensão. O filme fica bom, mas é triste que foi preciso uma outra personagem para fazer que Jim parecesse tão palpável. Se não fosse pela atuação de Chris Pratt, que me surpreendeu muito, o filme estaria se afogando na piscina do começo. Lawnrece é, como sempre, chave de ouro em qualquer filme. Michael Sheen faz um bom papel e Laurence Fishburne é apenas um coadjuvante de luxo e nada mais. É triste o que acontece com os personagens nesse filme.

Por fim, o filme não vale pipoca mas é bom de se assistir. Um romance interessante com naufrágio no espaço, mas só. Pra quem gosta de ficção não é uma boa ideia, porém quem gosta de romance (e piscinas) é uma boa sugestão.

Eu tenho alguma curiosidade sobre esse filme. Tomate, tu acha que ele se encaixa nessa onda recente de filmes de ficção cientifica genuina, como Interestelar, Perdido em Marte ou A Chegada? Ou é talvez bobo demais e muito pouco... cientifico, pra ser considerado parte dessa onda? Naturalmente não estou perguntando se ele esta no mesmo nivel desses filmes, pois já tenho a impressão que não esta mesmo. Apenas se ele tenta algo similar, em estilo.

Basara escreveu:Eu tenho alguma curiosidade sobre esse filme. Tomate, tu acha que ele se encaixa nessa onda recente de filmes de ficção cientifica genuina, como Interestelar, Perdido em Marte ou A Chegada? Ou é talvez bobo demais e muito pouco... cientifico, pra ser considerado parte dessa onda? Naturalmente não estou perguntando se ele esta no mesmo nivel desses filmes, pois já tenho a impressão que não esta mesmo. Apenas se ele tenta algo similar, em estilo.

Não, não está. Não tenta ser, nem de perto, algo científico; é algo que tenta se assimilar a Perdido em Marte (com relação intrapessoal) do que o restante, mas não chega perto. É apenas um filme "mais ou menos".