"Creed" - Nascido Para Rebootar
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"Creed" - Nascido Para Rebootar
"Um passo. Um soco. Um round de cada vez."
O roteiro tem suas falhas chatas. A mãe adotiva de Adonis, Mary Anne, por exemplo, some do filme no meio e acaba virando muito superficial. O último oponente não parece muito real, tem personalidade volúvel e, pelo seu passado e situação atual no filme, não deveria ter feito certas coisas. Bianca, o interesse amoroso de Adonis tem apenas pitacos de um drama particular e até de características mais independentes inexploradas no filme (até apostam nesses problemas não desenvolvidos da personagem para os próximos filmes). E, em minha opinião, a reação do mundo do filme com as reviravoltas é um tanto, digamos, de baixa intensidade - nada que prejudique o filme.
- Rocky Balboa
O garanhão italiano de volta às telas de cinema...
Dirigido e escrito por Ryan Coogler ( "Fruitvale Sation - A última parada") o filme entra na atual onda de "reviver franquias". Ou como alguns preferem: "atrair os velhos pro cinema". Entretanto já digo que "Creed" não é bem um caça níquel como temos visto por aí. O filme passa a sensação de mudança de gerações. Hereditariedade. Tem o espírito da franquia "R. Balboa", mas o corpo é de "Creed".
A sinopse é simples e, como o roteiro em si, remete ao primeiro filme do Stallone como boxer: "Rocky". Adonis Johnson (Michael B. Jordan) é o filho de uma relação extraconjugal da maior lenda do Box americano, quissá mundial, Apollo Creed (Carl Weathers). Sua mãe morreu cedo e, como era muito agressivo e "problemático", fora criado em Instituições para Menores Infratores. A esposa do falecido Apollo, Mary Anne Creed (Phylicia Rashad), decide então adota-lo. Adonis é criado em meio a fortuna e, quando adulto, tenta ter uma carreira comum. "Mas ele tem sangue de Creed e quer ser um boxeador". Clichê, como bastante coisa no filme, mas não um clichê que chega a incomodar. Adonis então procura Rocky Balboa (Sylvester Stallon), outra lenda do boxe, que veio a fama por sobreviver (não levar "knock-out") e depois derrotar o grande campeão de sua época, Apollo Creed.
E o som? Fala do som! Fala da trilha! Fala da Dublagem!
Claro, claro. Antes de entrar em zona de Spoilers do filme vamos falar de aspectos técnicos para você, caro leitor, que ainda não viu.
Eu citei no primeiro parágrafo que "Creed" é uma mudança de gerações com a alma de Balboa - e a trilha sonora é uma prova disso. Focado mais no cenário Negro americano, além das gírias, o "rap" e o "R&B" estão em peso neste longa, e ainda sim há elementos da franquia antiga utilizados como pitadas: instiga todos que já conhecem Rocky de um jeito muito bom sem ser tão apelativo ou muito repetitivo. As músicas empolgam e se calam nas horas certas.
A dublagem está muito boa. Assisti com áudio original também. A única reclamação seria a do personagem do Adonis na infância, onde a voz parece não bater com o ator, mas não incomoda tanto. Sério. Há cenas de discurso motivacional ou de embates dramáticos onde o dublador de Rocky , Luiz Feier, como sempre faz um trabalho impressionante. Sua voz em particular é mais penetrante que a própria voz de Stallone e muitos (assim como eu, admito) acabam por preferir ver filmes do Stallone dublados. Outra dublagem a ser lembrada aqui é a de Renan Freitas, dublando Adonis. A ginga do personagem e seus picos emocionais foram devidamente representados em português, até mesmo nas partes cômicas, o que normalmente não acontece.
A Edição de Som e Mixagem são muito boas. Principalmente na luta final. Evitando spoilers só posso dizer que essa edição da trilha tanto te deixa nervoso como o personagem, como também te faz pular da cadeira, como todos na sessão lotada de estreia em que fui me meter. Há músicas criadas por personagens, por exemplo, que foram de um acerto impressionante, devo dizer. Não só combina como fala sobre a personagem. É o caso de Bianca (Tessa Thompson) que consegue não só compor o momento do filme, mas também como a visão da personagem sobre o tal momento.
E Direção? O Roteiro é legal? FALA DA TRAMA!
Calma. Sério, calma.
A Direção é a melhor de toda a franquia. "Rocky" teve 6 filmes, sendo 5 dirigidos e escritos por Stallone. Por todos esses filmes você acompanha a melhora e crescimento dele. Mas é em "Creed" que a direção é caprichada. Coogler consegue criar o clima com som, luz e cores, com posição de câmera... É outra coisa - desculpe, Stallone, te adoro. A começar pelas cenas de luta que estão muito bem coreografadas. Há planos sequências em duas lutas, algo incrivelmente difícil de fazer e o resultado vale muito a pena. Tira seu fôlego.
O alcance dramático alcançado no filme é algo pouco visto nos filmes do gênero e quem aumentado recentemente - vide "Nocaute" (ou "Southpaw", título original) com Jake Gyllenhal. Não atoa Stallone ganhara prêmios por sua atuação de coadjuvante por cenas que falam do drama de pessoas mais velhas. Essa parte não vejo muito apenas como roupagem para nova geração de jovens, mas mesmo discurso do velho Balboa nos emociona, nos identificamos com ele; seja por nossa família ou amigos que passam pelo mesmo.
Há problemas pequenos de ritmo; vez ou outra talvez você se canse um pouco de alguma cena que se alongou. As cenas de treino, pré luta e de conflito estão devidamente bem cortadas e deixam o espectador no clima. Como o filme não deixa de ser um "spin-off" há muitas referências aos filmes da franquia não só na trilha, mas em brincadeiras, no treino, na luta final sem si: "O Campeão contra o amador". Se você nunca viu um filme sequer - o que acho bem difícil mais pelas referências na cultura pop e vídeos do que assistir o filme em si - talvez você perca um pouco dessa "passada de tocha", mas a ótima direção fará você curtir o filme mesmo assim.
O roteiro tem suas falhas chatas. A mãe adotiva de Adonis, Mary Anne, por exemplo, some do filme no meio e acaba virando muito superficial. O último oponente não parece muito real, tem personalidade volúvel e, pelo seu passado e situação atual no filme, não deveria ter feito certas coisas. Bianca, o interesse amoroso de Adonis tem apenas pitacos de um drama particular e até de características mais independentes inexploradas no filme (até apostam nesses problemas não desenvolvidos da personagem para os próximos filmes). E, em minha opinião, a reação do mundo do filme com as reviravoltas é um tanto, digamos, de baixa intensidade - nada que prejudique o filme.
Hum... Vale a pena?
Se acalmou, né bichinho?
Eu assisti esse filme na última sessão disponível ( a legendada estava lotada), dublado e com sala lotada. É uma experiência e tano. O filme realmente mexe contigo, conversa com a nova geração sobre os valores do primeiro filme e empolga com a ação da nova direção. O cinema aqui do bairro não é lá essas coisas, mas teve caixas competentes para a profundidade da trilha sonora e as brincadeiras de edição de som. Sério, as pessoas pularam do meu lado. Gritaram: "O Creed (ou Cride) vai perder!", "Agora! Pega ele!" e "VAI! VAI! PORR*".
Você que não viu no cinema perdeu uma boa sessão, devo dizer. Vai assistir em casa? Tenta um hometheater. Não tem? Aumenta o som o quanto der. Vale a pena.
É um filme muito bom sobre Box e sobre "legado", sobre o que você leva da sua família consigo. Sobre quem você quer ser.
"Creed" é um bom início de franquia.
Vale a pena.
Próximo post terá spoilers sobre o filme. Será uma discussão minha sobre erros e acertos da obra. Sinta-se livre para comentar.
Beijo no joelho.
Última edição por Basara em Seg 22 Fev 2016, 21:53, editado 4 vez(es) (Motivo da edição : Ortografia de bebê)
Zé Joelho- Mensagens : 76
Data de inscrição : 06/06/2015
Idade : 28
Re: "Creed" - Nascido Para Rebootar
Que resenha empolgante!
Rocky Balboa é o único filme da franquia que vi. Gostei até, mas isso faz anos, e meu senso crítico mudou desde então. Não sei qual seria minha opinião atual. Vi apenas pedaços dos outros filmes.
Geralmente filmes de esportes não me atraem, e sempre suspeitei que essa franquia segue uma mesma fórmula toda vez. Isso é verdade?
Além disso, tu consideraria que vale a pena assistir os filmes anteriores todos antes de assistir "Creed" ?
Rocky Balboa é o único filme da franquia que vi. Gostei até, mas isso faz anos, e meu senso crítico mudou desde então. Não sei qual seria minha opinião atual. Vi apenas pedaços dos outros filmes.
Geralmente filmes de esportes não me atraem, e sempre suspeitei que essa franquia segue uma mesma fórmula toda vez. Isso é verdade?
Além disso, tu consideraria que vale a pena assistir os filmes anteriores todos antes de assistir "Creed" ?
Re: "Creed" - Nascido Para Rebootar
A fórmula de filmes de esportes é quase a simplificação da "jornada do herói". Salvo algumas exceções há o tal chamado do herói, que é o atleta descobrindo que é bom nisso ou alguma adversidade que demanda seu talento, a negação ou falha inicial, não consegue demonstrar seu potencial ou falha por N motivos. Há um mentor então que o treina e ensina sobre seus erros, uma jornada para se superar e o desafio final... blá blá blá.
Creed não foge disso, na verdade nenhum filme da franquia ou de Boxe - tirando "Touro Indomável" - foge disso. Talvez te decepcione. A graça desses filmes são a estética, a energia do esporte e essa superação máxima. O Boxe tem muito disso, cair e levantar. E, em minha opinião, Rocky 1 ainda consegue ser um filme empolgante por isso.
Quanto a ver os filmes anteriores: É bom sim que veja. Não só para não perder as referências, mas para efeito de comparação de tom, algo que ainda abordarei na zona de spoilers. Pessoalmente eu adoro as lições que a franquia passa. Vale ressaltar que são seis (6) filmes sendo o primeiro um clássico, o segundo tendo cenas clássicas e é quase um complemento ao primeiro, o terceiro filme sendo totalmente comercial, o quarto e o quinto ninguém lembra e o sexto ("Balboa") um resumo dos filmes e uma abordagem mais madura do próprio Stallone.
Em resumo: O Primeiro e Sexto filmes são bons, o resto não. E "Creed" continua bom sem estes.
Creed não foge disso, na verdade nenhum filme da franquia ou de Boxe - tirando "Touro Indomável" - foge disso. Talvez te decepcione. A graça desses filmes são a estética, a energia do esporte e essa superação máxima. O Boxe tem muito disso, cair e levantar. E, em minha opinião, Rocky 1 ainda consegue ser um filme empolgante por isso.
Quanto a ver os filmes anteriores: É bom sim que veja. Não só para não perder as referências, mas para efeito de comparação de tom, algo que ainda abordarei na zona de spoilers. Pessoalmente eu adoro as lições que a franquia passa. Vale ressaltar que são seis (6) filmes sendo o primeiro um clássico, o segundo tendo cenas clássicas e é quase um complemento ao primeiro, o terceiro filme sendo totalmente comercial, o quarto e o quinto ninguém lembra e o sexto ("Balboa") um resumo dos filmes e uma abordagem mais madura do próprio Stallone.
Em resumo: O Primeiro e Sexto filmes são bons, o resto não. E "Creed" continua bom sem estes.
Zé Joelho- Mensagens : 76
Data de inscrição : 06/06/2015
Idade : 28
Re: "Creed" - Nascido Para Rebootar
Certo. Vai pra "lista" de coisas que um dia tenho que assistir/ler/jogar. Uma lista infinita.
Re: "Creed" - Nascido Para Rebootar
Resenha tão empolgante quanto o filme. Assisti novamente esse lindo reboot que deve ter sido um dos melhores filmes do ano. Filme fantástico!
Tomate- "Lerei"
- Mensagens : 164
Data de inscrição : 15/02/2016
Idade : 26
Localização : São Paulo
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