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Pesadelo

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Mensagem por Tomate Qua 17 Fev 2016, 04:19

Olá, leitor. Abaixo segue o número de capítulos, basta clicar e irá direto ao capítulo (obrigado, tecnologia!):

Capítulo 1
Capítulo 2


Boa leitura.

1- Pequena Garota


A noite era escura, ah era sim! Mas era apenas parte de seu véu que atravessava os postes da cidade que não conseguiam iluminar sua caminhada.

O Pesadelo caminhava vagarosamente por cada casa, cada casa um medo, uma angústia e uma tristeza. Se alimentava daquilo e como era delicioso. Se fosse palpável lamberia os dedos com tudo aquilo.

Não era difícil causar medo, apenas com um estalar de dedos - e um assopro - levava gritos e suor ao travesseiro. Gritos que pareciam ópera e suor que se assemelhavam a mais pura das águas.

Cruzou mais uma rua, e viu uma casa pequena, antiga e velha. Sentiu uma alma lá dentro, tão poderosa que adoraria devorar; dedos foram estralados e esperava escutar os gritos da pequena alma logo depois. Nada, nem um grito. Talvez um grilo, mas grito nada. Seus dedos a puro osso se encontraram novamente e nada.

"Mas que criaturinha impertinente!" duas palmadas secas se sucederam e agora dois grilos.

Pesadelo ficou curioso, aquilo nunca tinha acontecido e não o aborrecia, mas o deixava feliz por ter encontrado alguém tão poderoso! Alguém que pudesse dialogar tão sabiamente que, com certeza, cruzariam séculos.

Adentrou naquela casa de tijolos expostos e tão pequena que não achou que caberia. Apenas dois cômodos e foi direto ao quarto onde emanava aquela energia. Podia sentir aquela energia antes mesmo de entrar ao quarto. E lá estava ela, eminente, poderosa e...

Pequena. Minúscula. Mal conseguia enxerga-la dali. Seu irreverente véu se transformou em apenas uma pequena capa e o seu tamanho, que quase tomava aquele quarto todo, foi diminuído. Se sentia uma formiga, ou menor.

A criança se remexeu e acordou. Olhou para o Pesadelo como se fosse o tolo do Papai Noel, Coelhinho da Páscoa ou mais um daquelas criaturas insolentes. E um sorriso como se o seu nome fosse Esperança.

"Oi, moço." disse a menininha, esfregando os olhos e bocejando "Espero que não esteja procurando o papai, porque ele ta no trabaio"

"Hã... A senhorita não devia ter se levantado. Já estou de saída, volte aos seus sonhos"

Seus pés andaram pelo chão gelado do quarto, quando abriu a porta sentiu um puxão em suas costas. Achou que tinha se enroscado em algo. Que nada. Era apenas uma pirraçada. A pequena peste segurava sua capa com um de seus pés.

"Moço, eu não te mostrei o Caca. Vem ca ver"

Antes mesmo de recusar, ou dizer qualquer negação, a criança puxou a sua capa com força o suficiente para ter que ir até sua cama onde ficava um bicho de pelúcia pequeno e roxo. Tinha os dois olhos compostos por botoes de camisa.

"É apenas um brinquedo inútil, criatura. Me deixe ir."

"Não fale assim do Caca! Ele é muito especial e a mamãe disse que ele é mágico. Se a mamãe disse, ta dito, bobão!"

Aquela vozinha dava arrepios e o irritava profundamente. Antes dele retrucar qualquer coisa, a criança jogou a pelúcia em cima dele com delicadeza. Ficou em pé na cama, e os dentes brancos pularam entre sua pequena boca.

"Podemos brincar como a mamãe ensinou! Você e o Caca são piratas e eu sou a polícia do mar!"

"Não exis..." preferiu não retrucar contra aquela criaturinha insolente "Não brincarei de algo tão patético"

A criança parecia que não ligava, apenas pegou um pedaço de galho embaixo de sua cama e como se fosse o ursinho de pelúcia.

"Parado aí, piratas! Onde acham que vão? Isadora, a policial dos Sete Mares chegou!"

Achava todo aquele teatro patético, muito patético. Quando decidiu sair do quarto sentiu uma pontada dolorida nas suas costas. Não sentia dor a tanto tempo que não sabia como reagir, e então saiu um rugido alto e estrondoso como de um leão. Não sabia de onde vinha tanta ira mas quando se virou, lá estava a criança com o pedaço de pau com um sorriso desafiador.

"Onde pensa que vai, ladrão dos mares? Nosso duelo ainda não terminou!" ela deu duas estocadas no ar que foi obrigado a se esquivar

"Saia daqui, peste!" e então ele fez o graveto voar até a criança, que se esquivou com duas cambalhotas na cama e a idiotinha esfregou a testa como se tivesse soado. "Insolência contra mim!"

"Pare de falar bulhufas, pirata e venha para um duelo justo!"

E então, Pesadelo fez surgir entre seus dedos outro galho. Já que era duelo que aquela criança queria, seria duelo que ela teria. A atacou ferozmente, com dentes estalando de raiva para cada risada alta que aquela criança dava, se divertia como se o duelo fosse uma brincadeira (e não era?).

Seus dedos fizeram um movimento como se estivesse tirando um véu de uma mulher no altar e o quarto se transformou em um navio pirata em meio ao mar.

A noite era iluminada pelas tochas dos duelos dos piratas embaixo deles contra os almirantes da Costa. Caca se tornou em realmente um monstro roxo e grande que batalhava contra 5 homens.

"Uau! Agora sou uma policial dos mares  de verdade!" analisava sua própria vestimenta que tinha mudado e a sua espada que agora era de verdade e não de madeira fina "Agora ninguém pode me impedir de derrotar você, pirata rabugento!"

"Veremos, garota!"

Horas a fio se passaram. A criança ria a cada defesa e o temido Pesadelo era apenas um pirata destemido. Até que o golpe do pirata atingiu a menininha...

Tudo sumiu, as imagens sumiram e o graveto espetava a sua pequena barriga. A criança fazia uma carinha de espanto e medo.

"Mamãe nunca tinha ganhado de mim. Você é o máximo, Rabugento!"

"Me chamo..." viu que não adiantaria explicar para ela qual era seu verdadeiro nome

"Você poderia me ensinar os seus truques. Eu seria a melhor policial dos mares que vive em terra firme que existe!"

"Não peça a mim, não tenho tempo para isso. Sou uma criatura respeitada! Eu amendronto pessoas e não as ensino a batalhar!"

"Mas moço... Ce gosta de falar bulhufas hein?" disse bufando enquanto se sentava na cama

"Peça pra sua mãe ou seu pai, humana."

E então, pela primeira vez, não tinha riso ou sorriso. Apenas um silêncio profundo e preciso.

"Papai não tem tempo porque ele só trabaia, trabaia e trabaia. E a mamãe..." novamente aquele silêncio que dava medo até mesmo nele "O papai disse que a mamãe não pode mais ser pirata porque ela aprendeu a voar"

A criatura sentiu algo inexplicável vindo de dentro dele, algo...

"Não chora não, Rabugento. Você ganhou o duelo, devia estar feliz" e, mais uma vez, antes que ele tivesse reação a criança chegou perto de seu rosto seco e fino e enxugou as gotículas de água, que ele não sabia o que eram.

E o seu corpo tomou vida e envolveu a criança entre suas mãos ósseas e a apertou em seu peito. A criança retribuiu o abraço, com um sorriso no rosto assim como abraçava um travesseiro macio e não um véu negro.

"Rabugento, é melhor irmos dormir. Amanhã de manhã tem aqueles desenhos legais e não vou perder nenhum deles. Boa noite." pegou seu bichinho e se virou na cama.

Pesadelo estava saindo. Esperou alguma coisa pisar em sua capa ou espetar suas costas, nada aconteceu. Enquanto fechava a porta, escutou a voz fina e irritante.

"Rabugento! Rabugento! Podemos duelar amanha?"

Não deu resposta. Fechou a porta e voou para a longa noite. Não mais com sua irreverente capa ou longas pernas. Viajaria com seu enorme barco de madeira entre as nuvens.


Última edição por Tomate em Sáb 09 Jun 2018, 15:52, editado 7 vez(es) (Motivo da edição : Mudanças gerais.)
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Mensagem por Thear Qua 17 Fev 2016, 13:21

Certo. Isso foi interessante. Vou querer saber mais sobre Pesadelo, futuramente. 

Costumo sempre gostar de relações amigáveis entre um personagem inocente e um perverso. A relação entre Valeria Richards e o Doutor Destino era basicamente a unica coisa que eu gostava nas revistas do Quarteto Fantástico.
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Mensagem por Tarin Qui 18 Fev 2016, 01:51

Eu achei bem bonitinho e gostei da interação da menina com o Pesadelo tambem, hehe. É um texto bem fantástico e tem um estilo interessante no contraste do jeito surreal de descrever as cenas com o diálogo casual entre as personagens.
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Mensagem por Zé Joelho Seg 22 Fev 2016, 21:54

Tomate, cumpadi, gostei muito.

Pesadelo me lembra a ideia do "Bicho Papão" em "A Origem dos Guardiões", não só pelos poderes, mas também como vestimentas. Tem essa pegada que Basara comentou do Perverso e do Inocente que há em "Greench" e um pouco também de "As Terríveis Aventuras de Bily e Mandy" em menor escala.

Não sei do que consiste o projeto, mas adoraria ler mais sobre o personagem "Pesadelo" e outras metáforas do tipo como você brincou com "Esperança". A única ressalva que tenho é mínima: separar melhor pensamentos de falas.

Continue com o ótimo trabalho.

Beijo no Joelho
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Mensagem por Tomate Seg 22 Fev 2016, 22:06

Zé Joelho escreveu:Tomate, cumpadi, gostei muito.

Pesadelo me lembra a ideia do "Bicho Papão" em "A Origem dos Guardiões", não só pelos poderes, mas também como vestimentas. Tem essa pegada que Basara comentou do Perverso e do Inocente que há em "Greench" e um pouco também de "As Terríveis Aventuras de Bily e Mandy" em menor escala.

Não sei do que consiste o projeto, mas adoraria ler mais sobre o personagem "Pesadelo" e outras metáforas do tipo como você brincou com "Esperança". A única ressalva que tenho é mínima: separar melhor pensamentos de falas.

Continue com o ótimo trabalho.

Beijo no Joelho

Obrigado, amigo Joelho. A ideia original de Pesadelo veio realmente do personagem, mas os poderes talvez se distinguam um pouco. Ele é um ser bem mais poderoso que todos aqueles no filme, já que é alimentado por pesadelo (e consegue causa-los) e o personagem da animação precisava dos pesadelos. Aliás, é uma ótima animação.

Continuarei com o projeto sim, e em breve postarei mais sobre.
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Mensagem por Tomate Sex 22 Jun 2018, 21:47

2 - Girafas e o sono eterno


A noite estava mais saborosa do que as últimas. Dessa vez, fazia um calor palpável até mesmo para Pesadelo. Se tivesse carne e gorduras, provavelmente estaria soando. Mas, longe disso, era apenas um vulto em uma capa preta.

E, mais saboroso ainda, tinha sido aquele dia passando pelas florestas. Quando o verão chegava, os pássaros estavam chegando de sua migração e, junto com eles, medos em sonhos de um lugar novo dos pequeninos. Os medos temporários era o que mais gostava de causar e dava arrepios de felicidade.

Voava rápido como a noite permitia, às vezes, nem sabia como causava pesadelos tão rápido nas pessoas sem ter que parar. Alguns faziam com que parasse e saboreasse, outros nem valiam a pena e, ao passar perto de olhos fechos, causava apenas um susto repentino que fazia qualquer criatura acordar gritando e não murmurando como muitas faziam.

Grandes centros sempre eram os mais chatos e estava em um, mais uma vez. Sonhos falsos, pessoas vazias que fingiam não ter medo e, pior que tudo isso, pessoas que não dormiam e tinham que ter pesadelos ao pensar em dormir. Depois das girafas e dos equinos, era os humanos quem mais odiava. O resto dos animais não dormiam porque não conseguiam mais, mas esses três eram estúpidos!

Em um grande prédio, mais alto do que gostaria, sentiu um pequeno tremor. Serviçais não sentem arrepios quase nunca. Tentou ignorar, mas não conseguiu. Da última vez que se sentiu assim e ignorou... não queria pensar naquilo.

O prédio estava envolto a ruas que eram barulhentas na maior parte do dia, as luzes estavam iluminando para quase ninguém – conseguiu contar alguns homens dormindo com seus cães, um homem dormindo em sua barraca de churrasco e uma senhora varrendo a rua (!?) – e onde os prédios não deveriam iluminar, quase arranhando as nuvens, estava uma jovem. Não tão jovem assim.

Estava acordada, não porque queria. E nem porque gostaria. Sentiu tudo o que ela sentiu e entrou sem ser convidado. A moça, que antes tinha um metal apontado para seu rosto, colocou em seu colo e fechou o rosto com a mão de susto.

Na próxima eu bato. Mas provável que o susto seja pior, quase enfartei uma senhora do coração um dia.

Você veio me buscar então?

Acha que sou algum tipo de transporte? Nessa nuvem preta aqui cabe apenas eu. Não seja tola.

A menina olhou para o utensílio em seu colo. Sentiu o coração dela bater mais rápido e o nervosismo aumentar. Estava tremendo e, talvez, quisesse pegar e terminar seu ato, mas não deveria estar conseguindo.

O velho grisalho, então? – Perguntou Pesadelo – Foi quem fez as marcas em seu corpo?

Ela olhou para o espectro assustada e cheio de lágrimas. Seus cabelos loiros caiam até seu queixo e não conseguiam tampar sua tristeza, por mais que agora ela tentasse fazer isso. Abaixou a cabeça e desatou a chorar.

Tudo isso por causa da outra garota? – Pesadelo estava ficando impaciente com o silêncio entre os dois.

O que é você? A morte? Não preciso da sua ajuda.

Não estou te ajudando, criaturinha.

E então o que?

Conversando, talvez. Antes que faça a escolha.

Silêncio. Não o mais mortal dos silêncios, mas um silêncio que não se ouve quando os seres respiram e sonham.

Sim, por causa da garota – respondeu a menina – Bateu nela e... Me proibiu de vê-la. Disse que prefere sua filha morta do que ver eu sendo...

E decidiu conceder o desejo de seu pai.

Sim.

Pesadelo estava em silêncio. O quarto da jovem era maior que a grande maioria que tinha entrado. Tomou a forma de um humano qualquer, com uma grande capa preta e onde deveria existir um rosto, habitava uma constelação de estrelas. A menina não se assustou, mas olhou encantada para todos aqueles brilhos que invadiam seu quarto.

Amo estrelas. – Disse com um sorriso no rosto, tentando alcançar a criatura com a mão, mas recuando rapidamente – Ah, desculpa senhor... Hum... Morte?

- A morte não deve usar esse capuz, garota. E nem deve falar...

Não conhece a morte?

- Assim como você não a conhece ainda.

Do que devo chamá-lo? Senhor Constelação?

Não era um nome tolo, mas também não era um nome muito criativo. Pesadelo concordou com a cabeça, talvez seu verdadeiro nome a assustasse.

Estou pensando em fazer isso há muito tempo. Depois de tudo o que aconteceu na escola... me chamaram por nomes que...

Eu vi dentro de você, Clarice – queria não ter visto – E não foi justo o que fizeram com você. Mas humanos são tolos.
Suas bochechas ficaram vermelhas e seus olhos voltaram a ter lágrimas
.

O senhor é Deus?

Nem Ele e, muito menos, Ela.

Ela? – Perguntou curiosa, e depois que viu que não obteria respostas, perguntou novamente: – Você disse Ela?

Sim.

Um sorriso puro veio do rosto da garota. Parecendo que tinha encontrado a resposta de todos os seus medos e que uma caixa dourada de estrelas tinha sido aberta em sua frente. As estrelas no rosto de Pesadelo voltaram a brilhar e, por alguns segundos, a garota sorriu.

Sempre soube que as pessoas estavam erradas! Eu sabia! E então existem dois grandões lá em cima?

Apenas uma. Ele está cansando.

Não sabia que deuses cansavam... – pôs a mão no queixo para pensar e imaginar como eles eram, mas sabia que a pergunta viria em ins... – E como eles são?

Eles não são. – Aquilo a deixou confusa e deixou seus olhos arregalados, mas também sabia que aquela resposta causaria aquilo

Veja bem, garota. Os Dois são os mesmos deuses para humanos como para gira... como para pássaros. Só que os deuses dos pássaros não serão humanos. Aliás, eles detestam vocês. Os Dois não são uniformes.

A garota se calou. Não estava mais com tanto medo e ficou pensando. A arma ainda se encontrava repousada em seu colo. Mas, segundos depois, colocou novamente as mãos nela.

E então, eles veem tudo isso acontecendo e nada fazem?

E quem é você para determinar o que é crueldade?

O rosto se encheu de fúria e apontou a arma para Pesadelo.

Quem eu sou? Olha aqui, seu invasor de casa alheias! Só eu sei o que sofri, o que passei e como me sinto. Nada é mais doloroso do que sentir amor por alguém sem que as pessoas não me julguem, sem que eu possa dizer como todos podem e como todos deveriam! Isso não é crueldade!?

Pesadelo olhou para ela e à arma. Não temia a segunda. Por trás do ódio da mulher, havia uma súplica de menina.

Não posso responder a eles, garota. Talvez, eu tenha chego na hora errada.

Abaixou a arma e colocou em seu colo, novamente.

Talvez chegou no momento certo. Não quero fazer isso sozinha. Tenho medo do que posso encontrar... você não teme a morte, não é? Tem estrelas em seu rosto, deve facilitar muito.

Se Pesadelo tivesse uma boca naquele momento, com certeza estaria sorrindo.

Todos temos medo da morte, assim como você sente agora. Assim como o Deus que disse para você que está cansando, teme a morte. Não é o fim de algo, mas também não é seu começo. Ela não cansa.

A garota encostou o ferro gelado em seu queixo quente. As lágrimas escorriam até seu pescoço.

Senhor estreludo, você pode me mostrar novamente aquelas constelações?

Como desejar. – E o quarto foi irrompido por dezenas de luzes

Acho que o senhor veio me buscar, cara das estrelas.

E então, o pesadelo da menina que estava bem a sua frente cessou. Pesadelo abraçou a garota e sentiu um buraco em seu peito.
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